Cinco opositores venezuelanos que estavam refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas desde março de 2024 reapareceram publicamente nos Estados Unidos no último sábado (24). Eles afirmaram que a saída do país foi resultado de uma “operação de resgate sem precedentes” e negaram qualquer negociação com o governo de Nicolás Maduro.
O grupo é composto por Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero, Humberto Villalobos e Omar González. Após 412 dias de refúgio, a saída foi confirmada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que declarou que “todos os reféns estão agora a salvo em solo americano”.
Em nota, o governo da Venezuela contestou a versão americana. Segundo autoridades venezuelanas, a libertação foi resultado de um acordo negociado, o que foi negado pelos opositores.
Durante entrevista coletiva, Magalli Meda, integrante do movimento Vente Venezuela, classificou a operação como um “milagre”. Ela afirmou que os detalhes da fuga não serão revelados, alegando questões de segurança e a continuidade do processo. Os opositores relataram que sofreram vigilância constante por parte do serviço de inteligência venezuelano e que o governo cortou serviços básicos na embaixada, como água e eletricidade.
Críticas à diplomacia e ao regime de Maduro
Pedro Urruchurtu criticou a atuação da comunidade internacional e afirmou que o caso revela o fracasso da “diplomacia tradicional”. Para ele, apenas uma “diplomacia firme” pode enfrentar a crise na Venezuela. Urruchurtu destacou ainda que a liberdade do grupo não é completa enquanto outros opositores seguem presos no país.
Omar González descreveu a fuga como “uma das operações de resgate mais espetaculares da história recente” e cobrou uma resposta mais contundente da comunidade internacional. O grupo agradeceu o apoio dos governos dos Estados Unidos e da Argentina, mas criticou o que classificou como omissão de outros países.
Os opositores defenderam o aumento das sanções contra o governo venezuelano e pediram a retirada de empresas estrangeiras, como a petroleira americana Chevron, do país.
A situação do grupo reacende o debate sobre os direitos humanos e a repressão política na Venezuela, tema que segue gerando tensões diplomáticas e pressões por mudanças no regime de Nicolás Maduro.