Por Heba Ayyad
Stephane Dujarric, porta-voz oficial do Secretário-Geral das Nações Unidas, condena categoricamente a detenção de corpos de mártires que chegaram por Israel que chega a ser 132 corpos, incluindo 12 crianças e um mulher, e 12 morreram em cativeiro. Heba Ayyad, jornalista Palestina naturalizada Brasileira, que reside em Brasília, questiona: “Isso é um crime de guerra ou não? E o que as Nações Unidas poderiam fazer mais do que apenas pedir aos israelenses que cumpram a lei internacional?” Dujarric diz que “Esta é uma questão sobre a qual conversamos muito. É imperativo que os restos mortais dessas pessoas sejam devolvidos às suas famílias sem quaisquer pré-condições, independentemente de quem os esteja detendo”.
Em relação a uma segunda pergunta de Heba Ayyad, sobre se o Secretário Geral acredita que as críticas a Israel e às práticas israelenses, mesmo que essas críticas sejam fortes e contundentes, têm uma relação ou podem ser misturadas com o anti-semitismo. O porta-voz deu uma resposta vaga, dizendo: “Acho que tudo depende da natureza do comentário. Acreditamos que Israel é um membro pleno desta organização, com os mesmos direitos e responsabilidades”.
Em seguida, um jornalista pró-sionista continuou no mesmo assunto, dizendo: “Eu só quero voltar ao tópico da questão relacionada ao anti semitismo e às críticas a Israel. O que alguns críticos que condenaram Israel e o sionismo disseram é que não é a crítica à política israelense em si que é anti-semita. É a demonização, discriminação, duplo padrão e deslegitimação de Israel que levanta preocupações sobre o anti-semitismo.
O secretário-geral concorda com essa caracterização do anti-semitismo no que se refere a Israel?”
O porta-voz Dujarric respondeu: “Olha, acho que falamos claramente, e o secretário-geral articulou suas preocupações sobre uma série de políticas israelenses.
Mas o que está claro para o secretário-geral é que Israel é membro pleno desta organização e tem os mesmos direitos e responsabilidades. E não quis entrar em uma análise detalhada de nenhuma declaração. “Só posso falar por ele e acho que ele deixou clara sua posição (sobre o antissemitismo)”.
Por outro lado, a Coordenadora Humanitária para o território palestino ocupado, Lynn Hastings, alertou para o perigo iminente de despejos forçados na Cidade Velha de Jerusalém. Disse que recentemente visitou dois idosos que em breve enfrentarão o despejo forçado da casa onde moram desde 1954. Pediu o fim dessa prática, afirmando que a medida é contrária ao direito internacional.
De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários no território palestino ocupado, há pelo menos 1.025 palestinos, incluindo 424 crianças, em risco de despejo forçado em Jerusalém Oriental, devido a processos nos tribunais israelenses…
Jornalista e escritora internacional
© Foto / Jean-Marc Ferré/UN /