Uma chapa previsível

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Por Joaci Góes

Ao eminente Senador Esperidião Amin!

Está longe de constituir cassandrismo a previsão de vir a ser o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o candidato das oposições a Presidente da República, bastando para tanto analisar o quadro evolutivo das sucessivas pesquisas eleitorais que o colocam com muitos corpos à frente de todos os demais concorrentes ao elevado posto, entre os conservadores brasileiros. Sua reiterada recusa em admitir o que os experts sabem ser o óbvio resulta da ostensiva conveniência de negá-lo, de modo a evitar suscetibilidades oriundas de naturais concorrentes que almejam usufruir da prestigiosa aragem de figurar como presidenciáveis.

            Já o nome que deve disputar a vice-presidência apresenta dificuldades, tantos são os que reúnem credenciais para ocupar o elevado posto, a exemplo de Ronaldo Caiado, Ratinho, Michelle Bolsonaro, Romeu Zema, ACM Neto, Cyro Nogueira e Rogério Marinho. Circulando como coringa, figura o nome de Aldo Rebelo, apto a disputar qualquer eleição majoritária, nos planos federal e estadual de São Paulo, tamanho o seu prestígio, acrescido de sua origem nordestina. Como o eleitor de maior peso eleitoral das oposições é Jair Bolsonaro, também concorrerá à vice-presidência quem ele indicar. Se prevalecer o bom senso, a ex primeira dama Michelle Bolsonaro concorrerá ao Senado, ficando a vice-presidência a ser ocupada por Romeu Zema, bem avaliado governador de Minas, segundo maior colégio eleitoral do Brasil, ou ACM Neto, o mais jovem dos aspirantes e maior liderança das oposições na Bahia, que tem sido, em sucessivas eleições, o maior colégio eleitoral do PT, nos últimos vinte anos.

            Ninguém depende tanto de vencer as próximas eleições como Jair Bolsonaro, como meio de garantir a restauração de sua liberdade, suprimida pela mais indecente decisão majoritária de nossa outrora digna Suprema Corte, na atualidade garantidora dos maiores assaltos contra o Erário, de que se tem notícia, em escala planetária, nos tempos modernos. Somados aos votos com que já conta entre os 27 senadores que têm mandatos assegurados até 2030, os Bolsonaros – a esposa Michelle e os três filhos – Flávio, Eduardo e Carlos – poderão ser eleitos, bem como assegurar a eleição da grande maioria dos que concorrem às 54 vagas a serem preenchidas nas eleições do próximo ano. As contas já têm sido feitas e refeitas, concluindo, sempre, pela conquista de confortável quórum para garantir o impeachment de ministros do STF que têm se destacado pela subversão da ordem constitucional, sem falar numa anistia geral e irrestrita aos condenados por crimes de lesa-pátria que nunca existiram, salvo na visão estrábica e delinquente dos que vêm atropelando a ordem constitucional brasileira.

            Sobre as especulações que dão conta do renascimento das esperanças eleitorais de Lula, em razão do tarifaço trumpeano que interrompeu a queda livre de sua popularidade, logo se verá como é de curta extensão o voo da invocação da defesa dos valores ameaçados da soberania nacional, para mantê-la a serviço dos seus apetites inferiores. Lula e seus aliados na Suprema Corte continuarão amargando as consequências de uma aliança espúria que exorbitou do ambiente interno brasileiro para ganhar as manchetes do mundo e acender a repulsa das pessoas de boa-fé de dentro e de fora do Brasil.

            Tudo que se viu, até o momento, de reação norte-americana ao Brasil, sem precedentes na história de uma bem sucedida aliança internacional de dois séculos, é muito pouco, é quase nada, comparado com o que ainda virá, nada tendo a ver com a influência da família Bolsonaro sobre o temperamental e imprevisível presidente americano. Trata-se, de fato e verdadeiramente, de uma reação ao papel de jagunço internacional dos interesses da Rússia e da China que Lula se dispôs a desempenhar, para aplauso da esquerda terceiro mundista.

            Não será surpresa se ele vier a desistir de concorrer, para não encerrar, de modo bisonho, sua marcante carreira política.