A marca do herói sem máscara

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Por Martha Guedes
Quando minha filha me disse que você havia partido, senti como se me apertasse o peito, achei que ia chorar, mas não chorei. Nem podia, diante do sorriso radiante de quem cortou em Z o céu da pequena cidade e delineou em luz a figura de cada um dos meus companheiros _ onça, coelho, macaco, tatu, jabuti, indiozinho, indiazinha e saci.

De novo, o cheiro do mato, da terra que a gente amassa com pés descalços. Pererê me conta as novidades e Geraldinho me leva à casa da Mãe Docelina, que acaba de tirar do forno a melhor cocada do mundo.  

Entro na Mata do Fundão sempre que o bicho pega. O bicho mau da desilusão não vai me pegar. Um Z bem grande foi traçado na entrada, junto do pé de jacarandá. Você pensou em tudo, Ziraldo!
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Articulista. Viajante solitária.