A VISITA D’ POETA AO CÉU

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Por Henrique Ribeiro
Eu já sonhei  tantas vezes  com a minha morte, que me convenci que sou quase imortal…Apesar de que, O poeta é sim imortal, mas eu, não.

Um dia  morri, fui direto para céu, quanta  pretensão?  Ao chegar lá fui barrado na  “porta  do baile”, descobri que não sou tão bom o quanto eu pensava que era. Não me fiz de arrogante…Apenas  perguntei a São Pedro:

– Meu santo, dono das  chaves  e pedra fundamental da nossa igreja, por que eu não posso entrar  no céu?

– Meu poetinha, pretencioso, você pode entrar  no céu quando  você estiver  purificado, afinal você andou pecando um bom número de  vezes,  a maioria pecados  venais e imperfeições, parece-me que não houve  nenhum pecado capital, mas você está com o cartão amarelo, advertido, enquanto Cristo avalia  sua  nobre e extensa  ficha corrida. Portanto vai  ficar na   no banco de espera, aguardando a sua  vez.

Entendi aquela  advertência  e fiquei  curiosamente  a   observar o ambiente.

Alguns minutos  depois  chega  Lampião  e entra…Mais pouco tempo depois,  foi a vez  de nada menos, nada  mais, que Hitler também entrar. Achei que estava   no céu errado ou  no lugar errado.

*Lampião, o Robin Wood Nordestino,  falecera em 28 de julho de 1938, em Grota do Angico, Sergipe numa emboscada da polícia, conhecida  com a Volante. Na versão  oficial, ele  morreu  de um tiro disparado por um dos guarda-costas de Francisco Ferreira, o oficial Antônio Honorato da Silva, sendo então depois decapitado.

*Hitler, o Ditador do Reich Alemão, falecera em 30 de abril de 1945, cometeu suicídio  em Fuhrerbunker, em Berlim.

Por uma brecha  da porta do santíssimo céu, eu vi e não entendi, Hitler e Lampião sentados, a esquerda e a  direita  de Deus, respectivamente.

Fiquei aguardando o retorno de São Pedro para tirar satisfações e logo que ele apareceu, eu questionei, cheio de razões:

– São Pedro, digníssimo santo, como  é que essa dupla infernal na terra: Hilter/Lampião se encontra com todo esse privilégio ao lado  de Deus e eu uma pessoa tão boa, fui  barrado na porta do céu?

– Meu pequeno poeta, poeta menor,  você se lembra quando  morreram esses dois seres humanos, desumanos e cruéis?

– Sim….Hitler em 30 de abril 1945 e Lampião em 28 de julho de 1938.

– Muito bem…Vejo que você não é  bobo, menino prodígio  e muito culto…Pois bem, eles passaram todo esse tempo desde a morte de cada um, pagando seus pecados, após se arrependerem e se converterem,  só agora estão  tendo direito de  entrar  no céu, portanto fique frio e aguarde seu tempo, sua hora de entrar vai chegar. Afinal,  sua ficha corrida é bem melhor do que as dois últimos. Agora   vou  cuidar de outros e lhe dou  um conselho, deixe  de ser bisbilhoteiro, para que o seu de tempo de espera não venha aumentar.

São Pedro, me deu um cascudo, orientou-me  a rezar e arrepender dos meus pecados, por que o todo poderoso, gosta muito dos poetas, principalmente aqueles, como eu que escrevi um livro” O poeta & a Religião”, divulgando  o ambiente celeste e ajudando  converter, alguns  dos indivíduos que se julgam ateus, mas que não  conhecem o verdadeiro Deus e a sua generosidade.

Juro que  acordei assustado, suando muito e disse para mesmo:

– Senhor, “Não  sou  digno de ti”, mas “Dio como ti amo” !!!!!

Obrigado por renovar  meu passaporte de permanência  aqui na terra por mais um período que eu espero que  seja longo…Assim Seja…Amém!!!

Afinal, eu não  sou o florentino Dante Alighieri,  mas também tive a oportunidade de visitar  o céu, em melhor escala.