Por Zédejesusbarreto
Os dois carros, da Cabocla e do Caboclo, postados no Campo Grande desde o 2 de julho, retornam ao Panteão da Lapinha na quarta-feira (dia 5), em cortejo popular, fazendo o mesmo roteiro, em sentido inverso ao que acontece no desfile do dia 2.
A saída do Campo Grande acontece às 17 horas.
Na ‘Volta da Cabocla’, como o povo chama, não tem autoridade, não tem discurso, partidos, nem políticos, nem sindicatos… Nada disso.
É uma verdadeira fuzarca do povo, à nossa maneira espontânea de festejar e cumprir com as obrigações, fazendo samba, requebrando, batucando, brincando, bebendo e correndo pelas ruas atrás dos carros dos Encantados, os nossos Caboclos, levados às pressas numa correria danada, aos gritos e risadas, pura manifestação popular, animadíssima. Vai quem gosta e guenta.
Segundo a professora, pesquisadora e historiadora Hildegardes Viana, a ‘tradição’
da correria com os carros de volta à Lapinha teria origem em anos idos, numa tarde
em que caiu o maior toró, um aguaceiro daqueles exatamente na hora em que saía o cortejo do retorno.
O pessoal que puxava os carros tomou um goró e caiu pra dentro, tentando chegar ao destino o mais rápido possível, comendo água nos dois sentidos, uma algazarra.
Claro que foi muito divertido, o povo gostou e dai por diante o cortejo da
‘Volta da Cabocla’ passou a ser feito assim, num desmantelo de pressa,
ligeiro ‘porque a Cabocla tem de chegar em casa antes do anoitecer, não pode chegar no escuro’ – essa é a ‘explicação’ ou justificativa popular, para o que se repete todos os anos…
e é assim que se faz a tradição, ora vejam !
Coisas da Bahia, sim ‘sinhô’!
– Quando o rumor cresce
tudo então se apressa
… assim diz o povo.