O IOF para operações internacionais vai subir para 3,5% em operações com cartões internacionais, remessas ao exterior, empréstimos externos de curto prazo e aplicações financeiras fora do país.
As regras também mudam para planos de previdência privada e para algumas operações de crédito de empresas no Brasil.
A medida faz parte de um esforço do governo para aumentar a arrecadação e cumprir a meta de déficit zero em 2025. Ao todo, R$ 31,6 bilhões também foram congelados do orçamento deste ano.
Há também relatos da suspensão do serviço de conversão de câmbio fora do horário de mercado para usuários do C6 Bank.
Esse serviço costuma estar disponível em qualquer horário, mas foi suspenso nesta quinta. Não há confirmação de que a paralisação do serviço foi motivada pela mudança da alíquota do IOF.
A corretora de câmbio Avenue interrompeu o serviço de negociação de câmbio em horário estendido e enviou um e-mail aos clientes se dizendo surpresa com a medida de aumento do IOF.
A corretora diz que esse movimento repentino é um “lembrete do que chamamos de risco-Brasil”, que afeta diretamente o patrimônio de quem investe exclusivamente no mercado local”.
Em uma notificação aos seus clientes por volta das 23h, a Wise diz: “converta antes da meia-noite e pague 1,1% de IOF. Novo valor de 3,5%, aprovado pelo governo, entra em vigor após esse horário”.
A partir da meia-noite desta sexta-feira (23), por determinação do governo federal, o imposto sobre operações financeiras subirá para 3,5%. A medida foi anunciada na quinta-feira (22).
As mensagens enviadas aos clientes anunciavam ser aqueles os últimos instantes para aproveitar o IOF em 1,1%.
Pouco antes da meia-noite desta sexta-feira, clientes de plataformas digitais de câmbio e de bancos com contas globais receberam uma série de
notificações incentivando a compra de moeda estrangeira.
Hadad justifica mudança
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (23), em São Paulo, que a decisão de revisar parte da medida que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi tomada para evitar “especulações” e ruídos que pudessem sugerir uma inibição a investimentos no país.
“Esse item é muito residual desse acervo, desse conjunto de medidas. E nós entendemos que pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda e nem do governo, de inibir investimento fora. Não tinha nada a ver com isso. Então, nós entendemos que era correto fazer uma revisão disso”, disse o ministro.
Segundo o ministro, a revisão desse item terá impacto baixo sobre o conjunto de medidas que foram anunciadas ontem. “O impacto é muito baixo. Estamos falando de menos de RS 2 bilhões. Todas as medidas anunciadas são da ordem de R$ 54 bilhões”, afirmou.
Com CNN e Agência Barroso