Por Zédejesusbarreto
 Sabíamos que seria difícil, jogo duro, o Cuiabá nunca perdeu do Bahia e costuma surpreender quando joga fora de casa, fechadinho, apostando no erro do adversário e correndo muito. Mas ninguém esperava um Bahia tão longe do que vinha produzindo, sobretudo na primeira etapa, errando muitos passes e engolido fisicamente pelos visitantes, mais descansados. O Tricolor voltou para a segunda etapa melhor, teve mais posse de bola, chegou a empatar mas logo em seguida levou um gol (2 x 1), e daí por diante o que se viu foi um Cuiabá todo atrás, garantindo, marcando duro, resistindo e um Tricolor sem muita inspiração e, sobretudo, sem força física para virar o jogo.

  Enfim, uma invencibilidade de 20 jogos na temporada, e de sete jogos na competição que foi derrubada por um adversário que trombou, dividiu, correu, se aplicou e definiu, saindo mais uma vez vitorioso na Fonte, dessa vez diante de mais de 48 mil devotados tricolores, que no final até reconheceram a luta, o empenho de todos. Faz parte da competição perder, ganhar e empatar jogos – que nunca são fáceis; o Cuiabá lutando pra fugir da zona de baixo da tabela, numa entrega total. Alguns atletas do Bahia saíram reclamando muito do estado do gramado, mastigado, fofo… o que está acontecendo, não estão dando o tratamento e os cuidados necessários?  

 O Bahia ainda dorme na quarta posição, com 30 pontos, mas a rodada segue. Perdeu a chance de encostar nos líderes, Botafogo e Palmeiras, que ainda jogam

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Na Fonte Nova

– Tarde de sábado morna e limpa (17 graus), arquibancadas cheias e animadas (mais de 48 mil presentes), abrindo a 17ª rodada.  O gramado da Fonte está cada dia pior, mastigado, dificultando o domínio e o toque rápido. E preciso mais cuidado com o relvado.

– O Bahia em campo defendendo sua posição entre os quatro primeiros da tabela e uma invencibilidade de sete jogos dentro de casa na competição (30 pontos,4º lugar); o Cuiabá em fase crescente, 14 pontos, 16º lugar. O time do centroeste, encorpado, costuma engrossar, sabe como jogar fora de casa, não me lembro de ter sido derrotado aqui.

– O Bahia com sua nova beca tri-colorida, em faixas largas, perpendiculares, calções azuis. O Cuiabá de branco, com detalhes em amarelo e verde. trajes

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Com bola rolando …

– Logo aos 30 segundos, Cicinho se atrapalhou, apanhou da bola e o Cuiabá quase abriu o placar. Logo depois, outro vacilo de Kanu com a bola dominada dentro da área, Pitta perdeu. Duas chances claras de gol, o Cuiabá apertando a saída de bola, provocando erros da defensiva baiana. O Tricolor nervoso, desligado, a bola mordendo, demorou de acordar, entrar no jogo.

– Só depois dos 10’ o Bahia foi se soltando, com arrancadas de Ademir e algumas tabelas nas proximidades da área inimiga. Aos 14’, a vacilada foi da defensiva visitante, mas Ademir foi travado na hora de finalizar. Aos 17’, Marcos Felipe evitou o gol, arrojando-se nos pés de Pitta. O Bahia já tinha mais a bola, o Cuiabá venenoso no contragolpe, na espera de um erro nosso. Aos 20’, o Cuiabá entrou trançando e Cafu arriscou forte, Marcos Felipe triscou e a bola bateu no travessão, por cima.

– Gol! 1 x 0 Cuiabá, Pitta, cabeceando um escanteio da esquerda, fechado na pequena área, com Marcos Felipe indeciso e a zaga parada.

 – O Cuiabá era melhor, com boa estratégia defensiva, ganhando a disputa no corpo, na velocidade, mais perigoso. O Bahia errava muitos passes (defensivos) e marcava frouxo. Aos 38’, uma tentativa frustrada de Cauly, chute travado. Aos 42’, Kanu salvou o segundo do Cuiabá, em contragolpe. Aos 44’, Cauly foi derrubado quase em cima da linha da grande área, mas a cobrança deu em nada. Aos 48’, o Bahia enfim penetrou tramando, Thaciano foi derrubado na entrada da área, novamente a batida ficou na barreira (duas boas chances desperdiçadas).   

 Seguramente, o pior primeiro tempo do Tricolor diante de sua torcida, irreconhecível. Perdemos todas as disputas individuais. O Cuiabá pegando forte, jogando no erro do inimigo, objetivo, sobrando fisicamente (tiveram uma semana de descanso, o Bahia jogou em Curitiba na noite de quarta). Nossos laterais jogaram mal, Cicinho trapalhão e o estreante Borduchi inibido, desentrosado. Na frente, Everaldo fez falta.  

Segunda etapa – No intervalo, Ceni lançou Gilberto e Biel (saíram Cicinho, perdido, e Ademir, que correu e pouco produziu). O Cuiabá com a mesma equipe e a mesma postura, na pegada, na correria.

– Gol! 1 x 1 Bahia, Jean Lucas, raspando de cabeça, na linha da pequena área um bom cruzamento da direita de Everton, no cantinho, empatando aos 4 min.

– Gol! 2 x 1, Cuiabá, Pitta, recebendo nas costas de Gabriel Xavier, batendo de canhota, cruzado, antes de Kanu, na força. Marcos Felipe na rua. Desempatando, mal a torcida tricolor comemorava, aos 7 min.

  Aos 12’, chute frontal de Caio, resvalou na zaga. O Bahia com a bola, em cima, o Cuiabá todo atrás, fechadinho, todos atrás da linha da bola. Aos 25’, Cauly completou uma trama, da entrada da área, Valter espalmou a escanteio. As ações inteiras no campo defensivo do Cuiabá, que se defendia como dava, travando, ganhando tempo. Aos 33’, da meia lua, Everton buscou o canto por baixo, errou o alvo. O time do Mato Grosso então com três zagueiros e o resto no meio-campo, fechando a frente da área, brigando e gastando tempo (na cera), sobrando fisicamente.

– O árbitro acrescentou seis minutos. Aos 47’, Cauly recebeu de frente, de cara, demorou de finalizar e a zaga chegou travando. Aos 48’, Gilberto completou para as redes um bate-rebate na área do Cuiabá, a bandeira anotou impedimento (o VAR confirmou, gol anulado). Aquele abafa final e deu Cuiabá, que nunca perdeu para o Bahia.  

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  Destaques

  Pitta, dois gols e garra; o becão Empereur, Lucas Mineiro e a vontade, a força física, a determinação da equipe mato-grossense. Boa estratégia do ‘dourado’, nos contragolpes e pegada forte.

 No Bahia, Jean Lucas (enquanto teve pernas), Éverton Ribeiro foram os melhores. Cicinho voltou mal, nosso goleiro vacilou nos gols levados, Borduchi não jogou mais que Juba, Cauly fora de tempo, Ademir correu mas pouco produziu, Biel entrou e logo machucou. Everaldo, imaginem, fez muita falta.  

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Ficha Técnica

– O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe, Cicinho, Gabriel Xavier e Iago Borduchi(estreante); Caio Alexandre, JeanLucas (Ratão), Everton Ribeiro, Cauly; Ademir (Biel/ Juba) e Thaciano (De Pena).

– O Cuiabá: Valter, Raylan, Marllon, Empeureur e Ramon; Cafu, Sobral, Denilson (F Augusto), Lucas Mineiro, Derik; Pitta. Treinador, Petit (Deyverson). (André Luiz, Bruno e Eliel)

– Arbitragem do Espírito Santo, com David Oliveira Lacerda no apito.

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– No outro jogo da rodada: Cruzeiro 2 x 1 RB Bragantino.

 A 17ª rodada segue na semana entrante. O Vitória joga quarta à noite contra o Fortaleza, na capital cearense.

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O Bahia, pela rodada 18, encara o Corínthians, dia 21.

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 Neste domingo, dia 14, duas finais de competições internacionais/FIFA.

 Pela Copa Europa, à tarde (16h), Espanha x Inglaterra.

 À noite (21h), pela Copa América: Argentina x Colômbia.

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Foto: EC Bahia/Rafael Rodrigues