Por Gilson Nogueira
Tomei um ansiolítico para dormir melhor. Em estado de contemplação, que incluiu o Bahia perdendo para o Vitória, segui, deitado, buscando afastar os pensamentos negativos e passear pelos caminhos da saudade dos velhos, nem tão velhos, assim, tempos do carnavais do Jacú e do Vat 69, que deixaram o bossanoveiro com vontade de chorar.
Bati os pés, estiquei as pernas e fui beber um copo de guaraná. No caminho de volta para a cama, minha mulher comenta que conversou com um folião em Ondina, que disse a ela: “Minha senhora, atentado ao pudor já era!” Calei, pensando, que Carnaval podre! Festejando, agora, a paz garantida pelo policiamento das Polícias Civíl e Militar do Estado da Bahia vejo que o povo porradeiro não desfilou nas ruas e avenidas, como antigamente, soltando o braço em inocentes. E vibro, ao saber que a festa transcorreu pacata, considerando a gigantesca massa que lotou o Centro da Capital do Berimbau.
O Farol da Barra, ícone do maior carnaval de rua do mundo, mandou-ms um Convite. pelo vento amigo, dizendo-me para eu sugerir aos responsáveis pelos festejos da Boa Terra um Festival de Bossa Nova em homenagem aos Artistas que Foram Encontrar João Gilberto na Casa de Deus. O soninho começa a cutucar o amigo de Dick Farney, João Donato, Carlos Lyra, O Tamba Trio, Os Cariocas, Waltinho Queiroz e outros monstros da Bossa Eterna e ele resolve Fazer Uma Oração Ao Pai Eterno, a fim de Garantir a Presença, Mais que ilustre, de Roberto Menescal.