Por Victor Pinto
A eleição de 2024 pulsa nas discussões dos bastidores. Por mais que o povo, de fato, não tenha se dado conta do retorno às urnas, mais uma vez, depois de dois anos, os entendidos da política dormem e acordam com o pensamento na formação das chapas majoritárias e proporcionais. Nas minhas visitas, na última semana, ao interior baiano pude perceber isso. Itabuna e Ilhéus, por exemplo, possuem suas peculiaridades e são estratégicas na geografia do voto na Bahia.
Em solo itabunense a disputa já tem pegado fogo. Vejamos: lá se trata de uma briga de reeleição. O prefeito Augusto Castro (PSD) pode tentar mais um mandato. Ex-deputado, ele possui trânsito por correntes soteropolitanas. Foi do PSDB e esteve no bloco de oposição ao governo petista no Estado, mas depois de ter perdido a eleição para continuar na Assembleia, migrou para um partido da base. É defensor, evidentemente, da tática da articulação política de Jerônimo Rodrigues (PT): somente um candidato ligado ao governo para enfrentar nomes ligados a ACM Neto (UB) ou a João Roma (PL). Ele é o mais beneficiado com isso. Mas existe um Geraldo Simões (PT) no meio do caminho.
Ex-prefeito, Simões, figura histórica do PT, não arreda o pé da candidatura. Tem enfrentado essa tática do governo do Estado com o apoio do MDB. Aponta a rejeição do prefeito e a forma de governar como pontos de discordância. Não sai da sigla e vai dar trabalho. E outro ex-prefeito que também está de volta ao cenário é Capitão Azevedo (PDT). Há quem diga que uma unidade entre os dois não estaria descartada. No campo da oposição, quem lidera as pesquisas é o deputado Pancadinha (Solidariedade), mas, internamente, não possui uma capilaridade local que passe firmeza para levar adiante esse desafio.
Já em Ilhéus, a terra da Gabriela, o cenário não está tão quente quanto na cidade vizinha. Lá se trata de um cenário de sucessão. O prefeito Mário Alexandre (PSD) não pode buscar reeleição. Por isso, vários dos seus secretários buscam se movimentar para serem os ungidos da futura chapa governista. O pessedista, porém, deixou claro numa conversa comigo não ter pressa para a formação. Acredita ser assunto para depois do carnaval. O grande xis da questão é conter a ansiedade de ainda aliados, a exemplo do seu vice, Bebeto Galvão (PSB), suplente do senador Jaques Wagner (PT). O socialista não esconde sua vontade de concorrer à disputa local, nem que para isso venha romper com Marão.
Na oposição, confiante no desgaste dos oito anos do prefeito, o empresário Valderico Júnior (UB) segue com sua pré-candidatura. Ficou em segundo lugar na disputa com o pessedista em 2020 e foi o candidato a deputado federal mais votado da cidade. Porém, pela análise de cenário, só avança na conjuntura local se conseguir unir ao seu projeto o PP. A sigla tem um ex-prefeito com vontade de se candidatar de novo: trata-se de Jabes Ribeiro. O pepista tem comentado com personas mais próximas essa vontade, mas ainda é um mistério se será concretizada. Outro caminho natural seria indicar a composição de uma chapa com Valderico.
Das duas cidades, os nomes aqui citados são os mais comentados nos bastidores ou aqueles que estão melhores posicionados nas pesquisas de consumo interno. Evidente que outros quadros devem surgir, mas o assunto eleitoral orbita no cenário narrado. Para o governo Jerônimo é importante ter esses dois importantes municípios no seu arco com olhos para 2026. A conferir.