Por Victor Pinto
Falar sobre comunicação legislativa é falar sobre transparência. Não há representação legítima quando a informação não circula de forma clara entre o Parlamento e a sociedade. Na última semana, em Vitória da Conquista, tive a oportunidade de participar de um evento que tratou exatamente desse tema e o saldo foi positivo.
A iniciativa reuniu parlamentares, assessores e profissionais de comunicação de diversas câmaras municipais da região, todos dispostos a discutir algo que, apesar de essencial, ainda é negligenciado: a comunicação pública feita com técnica e responsabilidade.
Durante o encontro, ministrei uma palestra sobre o relacionamento entre o Parlamento e a imprensa. A reflexão foi simples, mas necessária: de nada adianta ter boas ações se o público não as compreende. O problema é que, em muitos casos, o Legislativo fala para si mesmo, usando uma linguagem hermética, cheia de jargões e formalismos, que distancia a instituição das pessoas que deveriam ser seu foco.
A imprensa, por outro lado, precisa ser vista como parceira natural nesse processo e não como inimiga. É por meio dela que as decisões chegam à população e que o cidadão entende o impacto do que é aprovado dentro de uma Casa Legislativa.
Um bom relacionamento entre o Legislativo e os veículos de comunicação não se constrói com bajulação ou marketing, mas com transparência e regularidade. O assessor parlamentar, quando capacitado, aprende que a comunicação pública é prestação de contas. E o parlamentar, quando bem orientado, entende que não basta publicar fotos nas redes sociais: é preciso contextualizar, explicar e dialogar.
Não é à toa que câmaras e assembleias de diferentes regiões do país têm criado setores específicos, cursos e eventos para aperfeiçoar suas práticas comunicacionais. A política precisa aprender a se comunicar com o mesmo empenho com que aprende a fazer política.
Em Vitória da Conquista, ficou evidente que há um desejo real de aprimorar esse campo. Afinal, comunicar bem é governar melhor. E quando o Parlamento fala com verdade e técnica, não apenas informa, ele também educa, presta contas e, principalmente, reforça a confiança na democracia que o sustenta.
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