Convenção de Geraldo Júnior cumpre o proposto

No momento você está vendo Convenção de Geraldo Júnior cumpre o proposto

Por Victor Pinto
Como bem frisou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) no seu discurso à imprensa durante a coletiva na manhã do domingo (4) na Arena Fonte Nova: foi a festa do 15, a festa do MDB. Em suma, o timoneiro do grupo político de oposição em solo soteropolitano deixou claro o caminho aberto para o partido aliado com Geraldo Júnior (MDB) numa difícil, porém não impossível, busca de uma vitória para o Palácio Thomé de Souza em cima de Bruno Reis (UB), principal rival e pré-candidato a reeleição. O PT, mais uma vez, ficará longe de uma tentativa de assumir o executivo local após amargar seu pior desempenho histórico em 2020. 

Lúcio, que contrariou as indicações médicas para ficar em repouso diante de uma broncopneumonia, apontou um discurso diferente do colocado pelo governador. Repare: “Você [Geraldo] é do MDB, mas a partir de hoje você está licenciado por oito anos. Você não carrega mais a bandeira do MDB, você carrega a bandeira do PSD, a bandeira do PT, a bandeira do PSB, você carrega a bandeira de todos os partidos aliados. A camisa que você veste agora é uma só: a camisa de Salvador”. O entendimento: a conta está com todo mundo e não só com o MDB. 

Geraldo demonstrava a sua felicidade na Arena. Buscará cumprir um sonho político nunca escondido por ele desde os tempos de vereador: governar Salvador. A convenção foi um evento cheio, animado, e alinhador do grupo governista. Mostrou uma coesão de lideranças, inclusive com a presença de última hora de Rui Costa (PT), que filou uma agenda pessoal – aniversário da sua esposa, conselheira do TCM – e fez questão de fazer um discurso efusivo pró-emedebista. Pediu para ele não se preocupar com as pesquisas e se colocou como exemplo ao relembrar a disputa do governo da Bahia em 2014, apesar das comparações serem diferentes, pois no processo histórico, os levantamentos de intenções de voto da geografia soteropolitana não tem costume de errar. 

As críticas a Bruno e seu criador, o ex-prefeito ACM Neto (UB), não faltaram. Geraldo justificou sua mudança de posição e relembrou a composição de time do seu grupo, pois no campo adversário “um só manda”, como bem colocou. Também foi demonstrada a tentativa de nacionalizar a eleição, nos discursos dos aliados e do próprio Geraldo. Apesar de Lula (PT), o maior cabo eleitoral do grupo, não ter gravado um vídeo específico, a coordenação optou por reproduzir um trecho da fala do presidente no dia 2 de Julho, na entrevista da rádio Sociedade, o qual declara apoio ao emedebista. 

Na minha singela análise, a convenção cumpriu com o prometido e superou as expectativas da coordenação no aspecto da animação, de uma injeção de ânimo necessária. O maior fiador do discurso do “acredite que tem chance”, além do próprio candidato, é o senador Jaques Wagner (PT). Pelo visto, isso ficou claro, que os demais buscaram ativar o mesmo modo. O governador falou em primeiro turno, por exemplo. Como disse no início do texto: difícil, mas não impossível. O evento provou existir animação e essa chama precisa se manter acesa doravante. A conferir.