Por Déa Maria Miranda
Ao final das 12 badaladas do ano que se finda, a fonte dos nossos desejos se renovam e jorram uma série de bons sentimentos, entre abraços e beijos calorosos, entre amores, entre amigos próximos e até não próximos! Tudo num caldeirão de sentimentos efervescentes e eufóricos. Naquele momento mágico, onde parece estarmos num verdadeiro conto de fadas, tudo se transforma!
Passado esse momento, nos primeiros dias da vida como ela é, fazendo uma varredura da dura e crua realidade, a pergunta é: o que esperar?
Se descortina diante de mim, um mundo muito diferente daquele sentido aos primeiros segundos após as finais 12 badaladas. Tudo volta ao “normal” como se fosse um contínuo circo dos horrores: o desperdício de vidas, a descrença entre indivíduos, a violência econômica do querer mais, a desenfreada sede de poder, a exploração pela exploração, gerando, assim, esse caos social e pessoal! A loucura humana!
Aí, vem a grande contradição entre os sentimentos gerados, ao fim das 12 badaladas, com o que de concreto se vê nos noticiários diários: o mundo continua seguindo os seus passos largos; a dita “humanidade” continua ali, escondida dentro dos sentimentos mais vis. Enquanto o descontrole emocional se alarga e toma fôlego e força.
Os desejos precisam se tornar uma realidade imediata, para que o que se repete diante dos nossos olhos, da perplexidade do que se vive nos tempos atuais, não se tornem a dura realidade do “salve-se quem puder”.
Numa fria e calculista visão, o que é de se esperar, a partir de fatos concretos e dentro de uma perspectiva lógica de encaminhamentos é que, não havendo mudanças extremas de valores, para esses próximos 525.600 minutos e nas 8.760 novas badaladas, estaremos mais uma vez entrando numa bolha de satisfação, que se estourará ao final da última e tão esperada, badalada da nossa última noite de 2024!
Desejo a todos um feliz ano de transformação social!
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