Dia Mundial do Meio Ambiente: Coleta seletiva de lixo avança, mas ainda é desafiadora em Busca Vida

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O Brasil é o quarto país que mais produz lixo no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, da China e da Índia, segundo dados do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). De acordo com o órgão, somente no país são 11,35 milhões de toneladas de resíduos produzidos por ano, sendo o plástico um dos elementos que mais se destacam no descarte. Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 05 de junho, o Condomínio Busca Vida (CBV), localizado no litoral norte da Bahia, em Camaçari, vem tentando encontrar possíveis soluções para evitar este tipo de poluição, através de ações mais contundentes de conscientização das pessoas e da prática mais incisiva da reciclagem. De acordo com Marcelo Dourado, síndico administrador do CBV, já há no local ecopontos instalados em locais estratégicos, onde o morador pode depositar o seu lixo de forma segmentada, de acordo com a natureza de cada material. Dentro do CBV, dois subcondomínios vêm tendo ação mais efetiva com relação à reciclagem.

O administrador Gustavo Tosta, síndico do Vida Marina, com 50 moradias e cerca de 200 moradores, comenta que há dois anos foram instalados quatro contêineres de madeira no fundo da quadra poliesportiva do condomínio para separar metal e alumínio; papel e papelão; vidro; e plástico pet e injetado. De acordo com ele, o material é destinado à Coopmark, uma cooperativa de Camaçari que tem licença para recolher os resíduos a cada 15 dias e fazer a triagem. “Todo esse conjunto de ações traz melhoria da qualidade de vida da sociedade e podemos destacar a preservação do meio ambiente, a redução da poluição e do número de aterros sanitários, e ainda servir de exemplo para outros condomínios que existem no CBV”, afirma o síndico. Gustavo Tosta, entretanto, enfatiza que não há desculpa para o próprio morador não fazer o descarte seletivo, pois a ação conseguiu diminuir drasticamente o volume de lixo não reciclável, até porque antes da iniciativa tudo era misturado com os dejetos orgânicos. Ainda, de acordo com ele, há uma média coletada de 500 kg de resíduos por mês, o que dá cerca de 10 kg de material reciclado mensalmente por moradia.

Outra experiência de coleta seletiva acontece há bastante tempo no Buscaville, o maior subcondomínio do CBV com suas 365 unidades e cerca de 1280 moradores, e era realizada em colaboração com uma cooperativa de Lauro de Freitas. Mas o movimento ganhou ainda mais impulso com o estabelecimento de importantes parcerias e novas estratégias de atuação construídas nos últimos dois anos. Como forma de incentivo, além dos vários pontos de recolhimento distribuídos pelo Buscaville, a gestão implantou uma busca ativa direta da coleta seletiva na residência dos próprios condôminos, o que vem aumentando a participação.

Entre as parcerias, destaca-se o Vale Luz, um projeto da Neoenergia Coelba, que prevê diversos benefícios, como a troca de resíduos sólidos por descontos na conta de energia, a partir do peso recolhido. O volume é mensurado e é emitida uma nota fiscal como referência, que serve para fazer um desconto na energia elétrica e que servirá para implantar fontes de energia limpa, com a aquisição de painéis solares. Segundo Ana Pithon, síndica operacional do Buscaville, parte do material, como lixo eletrônico e eletrodomésticos, é direcionada trimestralmente à ONG Projeto Ilhas, que encaminha os resíduos a comunidades carentes como forma de estimular o aprendizado e a capacitação profissional. Há também uma parceria com um movimento social chamado Tampet e que utiliza certos materiais plásticos, como tampinhas e lacres, para atendimento e castração de animais de rua.

“Infelizmente ainda não há adesão total e trabalhamos com frequentes campanhas de conscientização, pois a falta de educação doméstica e até mesmo de cuidados com a higienização e com a segurança de quem vai entrar em contato com os resíduos não acontece”, explica ela.

Marcelo Dourado, síndico administrador do CBV, explica que essas duas experiências confirmam que o processo de conscientização é longo, mas que será importante a longo prazo. “É preciso incentivar cada vez mais a coleta seletiva com ações simples e sustentáveis, visando trazer benefícios permanentes para todos os moradores e a comunidade do entorno”, explica ele.