Em promoção limitada de pré-venda a P55 edições apresenta dois livros de Claudius Portugal

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Já está em pré-venda, numa promoção limitada, através do site da editora P55, dois livros de Claudius Portugal – o inédito Cenas para noite nubladas, e a terceira edição de Carta à Família, constituído por cinco histórias, com apresentação da professora e escritora Heloisa Buarque de Hollanda, publicada na sua edição inaugural. “É nesse sentido que se anuncia Carta à família, texto novo e denso que refaz a asfixia do seu estar no mundo a cada trabalho”. Já o inédito Cenas para noite nubladas, formado por oito histórias, trafega entre a imagem e a imaginação, para que se estabeleça um jogo entre afetos e crueldade, entre o leitor e a escrita. A apresentação do livro é assinada por Soraya Carvalho, psicanalista, autora do livro: A morte pode esperar? Clínica psicanalítica do suicídio, com o título “Para ler Claudius Portugal, algumas recomendações”: 

“Ler Claudius é descolar-se das convenções, esquecer as regras da língua, desprender-se da razão ou de qualquer tentativa de compreender seus escritos. Eles não foram feitos para serem entendidos, mas para provocar as mais diversas compreensões: à moda da casa, ao ponto, ao gosto do leitor… Eles não foram criados por você nem para você; foram escritos para todos e para ninguém… Ler Claudius é esquecer as convenções; ouvir e manusear as palavras; tocar e ser tocado por elas. É preciso lê-lo pausadamente, sem pressa, degustando cada letra antes de degluti-la, e nunca, nunca perder tempo tentando descobrir que ingredientes foram usados na alquimia da preparação daquele prato de letras. Descubra seus próprios ingredientes, arrisque novos temperos; arrume e desarrume as letras como quiser, crie um prato, invente suas próprias receitas!… Você só poderá dizer que é um leitor de Claudius ou um coautor, como ele costuma chamar seus leitores, se escutar o barulho dos seus dedos deslizando sobre a capa por cima da página branca, e ler na mesma velocidade que os dedos levam para chegar à borda; da borda, sentir os dedos continuarem escorregando, lentamente, sobre seu corpo; seu corpo se torna a própria capa do livro e, agora, é sobre sua pele que deslizam. Essa experiência sensorial é apenas o começo… O resto conto depois”.

Para Claudius Portugal, os dois livros, mesmo com a diferença entre seu espaço no tempo de publicação, pertencem a um mesmo segmento, uma trajetória que desde o início até hoje norteia a sua escrita. “Todos possuem a sua história. Ou histórias. Uns a oralizam, outros silenciam, e há os que escrevem. Para mim, escrever é um jogo entre aquele que escreve e as palavras. Para que se efetive verdadeiramente, creio, é necessário conhecer nosso tempo. É um ato do presente. Somos históricos ao vivermos nossa época. Mas são múltiplos os presentes. Coloco o ato da escrita como minha forma de ler a vida. Uma leitura íntima e pessoal. Aqui reproduzo a frase: Há sempre alguma loucura no amor. Mas há um pouco de razão na loucura. O que une estes caminhos parece clichê, e não deixa de ser, é a paixão. Fazer com paixão. Paixão no que representa esta frase que agora reproduzo: “A paixão é o único vínculo que temos com a verdade”. Mas qual é a verdade? A minha e as daqueles que ao lerem o texto entendem ou não entendem o que está escrito. Não entender é também uma forma de leitura. E nisto lembro-me de Buñuel ao ser indagado sobre o que quis dizer com determinada cena ou filme, no que ele responde: “Bueno, lo que yo quería decir es lo que tú entendiste”. Este é um caminho para a leitura destes livros”.

TRAJETÓRIA
Claudius Portugal publicou os livros: “Carta à família”, “Em mãos,” “Olho de gato”, “Notas bandalhas”, “WXYZ”, “Negro azul,” “Duende”, “Águas”, “Texto táctil”, “Fluxo”, “Em teu nome”, “Só danço samba”, “Paredes planas”, “Registro civil”, “Um lugar outros”, “margensàmargem. Em coletâneas, “Folha de rosto”, Rio de Janeiro, 1976; “A divina decadência e outras estórias”, Rio de Janeiro, 1985. Está na antologia “A poesia baiana no século XX”, de Assis Brasil, Rio de Janeiro, 1999; e nas publicações “Poesia nordestina contemporânea”, Sesc/São Paulo, 1999; e na “Anto”, Amarante-Portugal, 1998, no “Dicionário da Literatura Brasileira”, coordenado por Afrânio Coutinho, e no “Dicionário de autores baianos”. Ainda em livros, além das publicações das peças encenadas, publicou, como colaborador, “Índice de autores e peças da dramaturgia brasileira”, Rio de Janeiro, 1977.
Sobre artes visuais os livros: “Outras cores – 27 artistas da Bahia, reportagens plásticas”; “Sérgio Rabinovitz, a poesia da cor”; “Pinturas recentes de Sante Scaldaferri”; “Juarez Paraíso, um mestre na arte da Bahia”; “Sante Scaldaferri, baiano, nordestino, brasileiro, universal”, “A arte de Tatti Moreno”; “Registros de passagem”, com Sérgio Rabinovitz; “Via e-mail, encontro com artistas brasileiros”; “Sérgio Rabinovitz”; “Genaro de Carvalho, tecendo memórias” (em coautoria com Nair de Carvalho).
É organizador dos livros de desenhos sobre Calasans Neto, Floriano Teixeira, Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Juarez Paraíso, Jenner Augusto, Sante Scaldaferri. Foi co-editor de texto de “A Via Crucis de Raimundo de Oliveira”. Coordenou editorialmente o livro “Carlos Bastos”. Coordenador das exposições “Sequência 35”, Leonel Mattos; “Paisagens nordestinas”, Juraci Dórea; “Em 3 linguagens”, Leonel Mattos; “Saveiros da Baía”, Bel Borba; “A Bahia é gorda”, Eliana Kertész; “Armadilha das nuvens”, fotografias de Andréa Fiamenghi; e co-curadoria (com Luciana Accioly) da mostra “A poética do excesso” de Reinaldo Eckenberg
Em 1985, participou do Brazilian Writers Program, convidado pelo Governo dos Estados Unidos da América; em 1991, convidado pelo Governo do México para o Congresso Latino Americano de Poesia; pelo Governo de Brasília, 1991, participou do 23º Encontro Nacional de Escritores Brasileiros. Em 1997 participou na Universidade do Porto, Portugal, do II Congresso Português de Literatura Brasileira. Em 1998, indicado pela Fundação Gregório de Mattos/Prefeitura Municipal do Salvador, junto com Sergio Rabinovitz, representou a Bahia no Evento Latinas (palavra e imagem), rede Mercocidades, em cinco países do Mercosul. Em 2005 participou da Feira do Livro de Porto Alegre como poeta convidado, e em 2007, do Projeto Tim Grandes Escritores. Teve trabalhos incluídos nas exposições: Brazilian Concret e Visual Poetry, University of Florida, 1989; 5th International Mail Art Exhibition, 1994; Bric-a-brac 21 anos, no Centro Cultural Correios, Brasília, 2007; em 2015 participou do Indoor outdoor Projet artistique en plein air à la Place du Théâtre Luxembourg-Ville.
No livro “Com a palavra o escritor”, Bahia, 2002, antecedido por uma apresentação de Luis Henrique Dias Tavares, publicou um depoimento sobre sua vida e obra e uma reunião de textos. Possui referências críticas por Boris Schnaiderman, José Paulo Paes, Heloisa Buarque de Hollanda, Antonio Risério, Luis Turiba, Ildásio Tavares, Jorge Amado, Myriam Fraga, Charles Perrone, Mirella Márcia, entre outros. Em 2007, “Carta à Família” foi objeto da tese de Mestrado “Batendo no texto, uma analogia entre as narrativas de Robert Coover e Claudius Portugal”, por Nilo Ferreira da Rocha., com edição tendo lançamento em agosto.