Febeapa

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Por Joaci Góes

Ao amigo José Rogério da Costa Vargens!      

O acrónimo Febeapa, para significar Festival de besteiras que assola o país, foi cunhado pelo jornalista Sérgio Porto(1923-1968), notabilizado pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, autor de obra em três volumes, com este título, para caracterizar o Brasil como autêntica República de Bananas, status em que permanecemos, quase seis décadas decorridas do falecimento de um dos nossos maiores iconoclastas. Se vivo fosse, Stanislaw Ponte Preta teria no Governo Lula Três farto material para escrever o quarto volume de sua demolidora série.

De fato, já não há mais quem, verdadeiramente, acredite nas possibilidades do atual Governo de sair do quadro de decadente prestígio junto às elites como ao povo, fora e dentro do País, em razão de um conjunto de equívocos gerenciais que figuram nos mais elementares manuais sobre os princípios protetores da boa administração pública. Ignorar a diferença entre Poder de autoridade e Poder de competência tem sido a fonte mais abundante e frequente da ruptura desses princípios, levando à decadência de pessoas, instituições e países inteiros. Em apertada síntese: o poder de autoridade é de quem tem ou pode, enquanto o poder de competência é de quem sabe. Algo, assim, exemplificadamente, como a diferença entre o proprietário de um avião, que não sabe pilotar, e o seu piloto. Enquanto o dono do avião tem o poder de fazer dele o que quiser (vendê-lo, alugá-lo, emprestá-lo, doá-lo ou até mesmo desmontá-lo), não poderá, porém, pilotá-lo se não tiver a competência comprovada para fazê-lo. Ao piloto fica reservada a autoridade, derivada da competência, para decidir sobre todas as questões operacionais dos voos. Foi por violar essa regra básica que o candidato a Governador da Bahia, Clériston Andrade, morreu e levou à morte sua comitiva de campanha eleitoral, em 1° de outubro de 1982, num acidente de helicóptero. Por semelhante razão, 10 anos mais tarde, morreram, além do piloto, o deputado Ulysses Guimarães e esposa Mora, o ministro Severo Gomes e esposa Márcia Henriqueta Gomes, no tempestuoso dia 12 de outubro de 1992, no litoral paulista

Algo assemelhado, ocorreu na morte do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, e seus companheiros de bordo, nas águas do litoral fluminense, em janeiro de 2017, quando o piloto decidiu aterrissar, apesar das adversas condições climáticas aconselharem abortar o pouso. Não o fez, provavelmente, porque o piloto queria agradar o seu patrão, também a bordo, forçando um pouso que acelerasse a chegada dos passageiros ao Hotel, dentre os quais a jovem namorada do saudoso Ministro, então, viúvo, e sua potencial e jovem sogra.

Os vexames, de tirar o fôlego, protagonizados pelo nosso Primeiro Casal (entre dramáticos, hilários e trágicos) são de tal número e gravidade que seu tratamento em livros de grossos volumes está em curso em várias regiões do País. Até parece proposital a produção de tantos escândalos, dentro e fora do País, envolvendo erros de extrema gravidade, produzidos na cúpula do Executivo, com a omissão ou mesmo conivência com os demais poderes.

Todo este lamentável Febeapa, que seria risível se não estivesse sendo trágico, está levando o povo brasileiro a desejar que chegue, logo, o dia 31 de dezembro de 2026.