Finitudes

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Por Cláudia Menezes

A vida tem fim isso não é novidade para nenhum de nós, o que talvez cause estranheza, mas não devia, são os fins ditos inesperados. Sabe aquele funcionário que pede demissão e todo mundo se impressiona, -Como assim? -Do nada? -O que houve?

Não foi do nada, diversos eventos e acontecimentos se sucederam para que a pessoa decidisse sair. A questão (ou não) é que boa parte de nós (alguns talvez até sem se perceber) temos a tendencia a exigir, atribuir e demandar mais ao funcionário/colaborador/auxiliar que faz.

Na maioria das vezes (generalizações quando falamos de comportamento são temerárias) aquele que é correto, cumpre prazos, tem responsabilidade e se compromete termina penalizado ou sobrecarregado de alguma forma.

E o que isso tem a ver com a finitude? A forma como você vive sua vida e estabelece suas relações seja de trabalho, familiar ou pessoal vai determinar se há ou não essa correlação. Chegou ao fim. Tantas coisas chegam ao fim, cotidianamente, o dia finda (junto com ele algumas vezes a paciência também, brincadeiras a parte), tarefas, metas, trabalhos, relações.

O ponto que trago para reflexão com esse exemplo tragicômico do pedido de demissão inesperada (para uns) no trabalho (real e muito comum), que pode ser aplicado a diversas áreas da vida, é que não é do nada.

O quanto de sobrecarga nos diversos aspectos da sua vida você tem aceitado ou causado? Quantas vezes você é aquele que cumpre o pactuado e mais algo porque alguém deixou de fazer ou é aquele que deixa de fazer e outrem faz. Sim coisas , pessoas, relações, metas, sonhos findam. Uns por que se alcançou o planejado, realizou o almejado e outros por desgaste, sobrecarga ou morte (falar de morte abre muitas possibilidades para além da morte física).

E mais uma vez nunca é do nada.

Deixaremos para abordar a finitude da juventude, da beleza e do vigor físico em outro texto.
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Médica Sanitarista e Psicanalista