Por Zédejesusbarreto
Com as arquibancadas do Estádio Rei Pelé, em Maceió, lotadas (mais de 15 mil presentes), o Fortaleza ganhou do valente e aplicado CRB de Alagoas na cobrança de penalidades (5 x 4) e conquistou pela terceira vez a Copa do Nordeste, o Nordestão. Mais um título na Era Vojvoda, treinador argentino que faz história no futebol cearense e nordestino.
O jogo foi emocionante, como uma boa final. O CRB jogou muito, sobretudo na segunda etapa e fez 2 x 0 (dois gols de João Neto), o mesmo placar com que o Fortaleza venceu no primeiro confronto, na capital cearense. Daí, a decisão foi para a cobrança de pênaltis. O artilheiro Anselmo Ramos esperdiçou a primeira cobrança e os cearenses marcaram todas. Um resultado que pode ter parecido injusto, pela atuação em casa do CRB, mas premiou a mais eficiente equipe da competição.
Parabéns Fortaleza, parabéns futebol cearense
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Uma primeira etapa muito equilibrada, algumas boas oportunidades criadas e desperdiçadas de um lado e doutro, defensivas e goleiros trabalhando bem e nada de gol. Melhor pro Fortaleza, que venceu o primeiro confronto (2 x 0) na capital cearense e bastava não sofrer gols para sair com o título. O Leão do Pici perdeu o artilheiro Moisés logo aos 3 minutos, com lesão muscular; foi substituído por Machuca. O CRB, também por contusão teve de trocar de zagueiros: saiu Saymon, entrou Gustavo Henrique (ex-Bahia).
A etapa do Galo
O Galo de Maceió voltou assanhado para a segunda etapa, assediando, buscando o gol a todo custo, empurrando com valentia o Fortaleza pra trás, querendo mais, torcedor incentivando.
E o gol saiu aos 21 minutos, depois de uma sequência de ataques do CRB. Escanteio cobrado da direita, a defesa cearense não resolveu, a bola pererecou e se ofereceu, limpa, para o chute forte e frontal de João Neto, enlouquecendo a galera. 1 x 0 CRB, bastava mais um gol para a decisão ir para os tiros na marca do pênalti.
O Galo da Pajuçara continuou em cima, na pressão e Vojvoda fez umas trocas/substituições recolocando o Fortaleza na peleja. O Leão cearense voltou a atacar. Corrido, disputado, aberto. João Ricardo com defesas de vulto evitou o empate em lances aos 36 e 39 minutos. Final dramático.
– Gol! O CRB empatou aos 42 minutos; de novo com João Neto, aproveitando-se de um bate-rebate na área cearense, a bola se ofereceu, de novo, ao sortudo, jovem e eficiente artilheiro, que entrou no segundo tempo, fez dois gols. O nome do jogo.
Placar justo, pela segunda etapa do Galo Alagoano, na fibra, na alma. Porém …
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E a decisão iria para os ‘pênaltis’. A hora dos goleiros. E da mente, da inspiração e das pernas dos cobradores.
Pois, deu Fortaleza, 5 x 4 nas penalidades. Todos os cearenses marcaram: Lucero, Pedro Rocha, Zé Wélisson, Hercules e Pikachu.
Para o CRB, perdeu a cobrança exatamente o artilheiro, o centroavante, capitão do time e o mais experiente do elenco – Anselmo Ramon, o primeiro a cobrar; deu um tiro de meta, mandou a bola pro alto, nas arquibancadas. Comprometeu. Um castigo para grande atuação do CRB na partida.
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Destaques
– Primeiro do que tudo o coletivo, o trabalho maduro do treinador Vojvoda. Mais um titulo na sua conta. O goleiro João Ricardo trabalhou muito no segundo tempo, garantiu. Miolo de zaga, o meia Hércules, Pochetino, o veterano Pikachu, o arisco Machuca…
– No CRB, João Neto, o destaque do jogo; entrou no intervalo e fez dois gols, bateu bem a penalidade. O goleiro Mateus Albino, o meia Leo Pereira, o zagueiro Alemão, Falcão, Gegê e o trabalho consistente do treinador Daniel paulista, mesmo com um plantel tecnicamente limitado.
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– No apito, Emerson Ricardo, baiano. Inseguro, sem moral com os atletas, conversa demais, adora distribuir cartões. Fez um primeiro tempo confuso, melhorou no segundo, até porque os jogadores decidiram jogar bola, apenas.
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Leão é lanterna
Uma derradeira, amarga: O Criciúma perdeu em casa de 5 x2 para o Cuiabá, em partida atrasada pela Série A. Com esse resultado, o Vitória está na lanterna da competição, com apenas dois pontos, sem um triunfo sequer. O Cuiabá, que era o último, foi a 4 pontos. Quarta-feira, Juventude x Vitória, em Caxias do Sul. Pressão.
Foto: FEC Mateus Lotif