Guilherme Dias Gomes um rebelde potiguar na Bahia

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Por Gilfrancisco

Guilherme Dias Gomes fardado

Há mais de trinta anos busco confirmar a naturalidade do poeta e romancista, Guilherme Freitas Dias Gomes, irmão do teatrólogo baiano Alfredo Dias Gomes (1922-1999), que se consagrou como autor teatral em 1960, quando O Pagador de Promessas foi à cena pela primeira vez. O filme de mesmo nome, com roteiro do próprio autor, dirigido por Anselmo Duarte, arrebatou a Palma de Ouro em Cannes, no ano de 1962. Conversei por várias vezes com o historiador Waldir Freitas Oliveira (1929-2021) e o também saudoso acadêmico, Renato Berbert de Castro (1924-1999), pois havia dúvidas, se Guilherme teria nascido no Piauí, Rio Grande do Norte ou Bahia. Depois de muitas consultas, localizei o Cartório na cidade de Natal (RN), mas não o livro de registro. Graças à intervenção e insistência da professora Maria Neide Sobral, da Universidade Federal de Sergipe-UFS, que se encontrava nesta cidade (Natal), realizando pesquisas para o seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi possível localizá-lo num depósito do Cartório, o livro, e dessa forma a expedição da certidão de nascimento do poeta.

Grupo Academia dos Rebeldes                                                                

Pertencente a Academia dos Rebeldes, a qual foi fundada oficialmente em 26 de março de 1930, apesar da existência do grupo desde 1928, faziam parte da agremiação literária o grande ensaísta e etnógrafo Edison de Souza Carneiro (1912-1972), o romancista, Jorge Amado de Faria (1912-2001), o grande poeta de Belmonte Sosígenes Marinho Costa (1901-1968), que apesar de viver distante em Ilhéus, sempre foi considerado do grupo, o poeta e depois dirigente comunista durante muitos anos, Áydano Pereira do Couto Ferraz (1914-1985), Raulino Walter da Silveira (1915-1970), o mais moço do grupo e fundador do Clube de Cinema da Bahia, em 1950, João de Castro Cordeiro (1905-1938), romancista e tão cedo desaparecido, Clovis Gonçalves Amorim (1912-1970), o sonetista piauiense, José Severiano da Costa Andrade (1906-1974), o poeta cronista José Alves Ribeiro (1909-1978), os poetas José Bastos (1905-1937) e De Souza Aguiar, o contista Oswaldo Dias da Costa (1907-1979), Otávio Moura (1909-1985) e o epigramista João Amado Pinheiro Viegas (1865-1937), patrono espiritual da Academia dos Rebeldes.

Os rebeldes viviam em torno de Pinheiro Viegas e se reuniam diariamente no Café das Meninas ou no Bar e Bilhar Brunswisck, para comentar os fatos triviais da cidade, os escândalos do bairro literário, e discutir os livros aparecidos e as revistas mais recentes. No início estavam mais ligados com as figuras populares: capoeiristas, malandros, estivadores, boêmios, prostitutas, gente simples da feira de Água de meninos e do mercado das Sete Portas, do que com a literatura propriamente, ou seja, sem muito ou nenhum peso intelectual na vida literária baiana.

Os “rebeldes” publicaram duas revistas: Meridiano (revista de vanguarda), dirigida por Alves Ribeiro, Da Costa Andrade e Jorge Amado, de divulgação dos “rebeldes”, foi publicada em setembro de 1929, um único número, o qual trazia o manifesto do grupo, e O Momento, 1931-1932 (mensário ilustrado informativo) dirigida por Emanuel Assemany, que circulou pela primeira vez em 15 de julho de 1931 e chegaria até o número nove, datada de julho de 1932.

Novas Descobertas

Alice Ribeiro de Freitas Gomes – mãe

Conforme certidão expedida pelo Tabelião Público do  1º Oficio de Notas (RN), em 17 de agosto de 2005, Guilherme Freitas Dias Gomes,  nasceu no Rio Grande do Norte (Natal) em 19 de fevereiro de 1912, filho legítimo de  Maurílio Freire Pereira e de Alair Freitas Gomes, sendo seus avós paternos Manuel Dias Gomes e Clotilde Alves da Silva Gomes e maternos Alfredo Machado Freitas (orador da sociedade, Montepio dos artistas cachoeiranos) e Ambrozina Ribeiro de  Freitas. O declarante da certidão foi o próprio “pai”, registro feito dois dias após seu nascimento. Segundo boletim escolar da Faculdade de Medicina da Bahia, Reg, nº115, consta que Guilherme Freitas Dias Gomes, era natural de Cachoeira, nascido em 24 de fevereiro de 1912. Filho do engenheiro, construtor de estradas, Plínio Alves Dias Gomes, que falecera em 1925 aos 44 anos, em Salvador e D. Alice Ribeiro de Freitas Gomes, ambos baianos da cidade de Cachoeira. Seu pai havia trabalhado na famosa Madeira-Mamoré (estrada de ferro), ferrovia com 336 km de Porto Velho a Guajará Mirim (RO), já desativada, construída entre 1907-1912, em consequência do Tratado de Petrópolis com a Bolívia, que regulou a questão do Acre. Por esta região, ele morou durante vários anos no Amazonas e Rio Grande do Norte.

Para dirimir quaisquer dúvidas recorri ao arquivo do Colégio Estadual da Bahia – Central, onde Guilherme de Freitas Dias Gomes havia estudado entre os anos de 1924/1927, conforme boletim escolar, solicitado a Faculdade de Medicina. Esta incumbência coube ao amigo Ângelo Barroso da Costa Soares (1968-2006) professor da Faculdade de Formação de Professores de Alagoinhas – UNEB, que obteve informações da diretora, sobre as fichas ou pastas individuais dos alunos da década de 20, que haviam sido extraviadas, com as constantes reformas no prédio e relocações dos arquivos. Restava-me apenas consultar o Cartório da cidade de Cachoeira (BA), baseando-me na ficha individual da Faculdade de Medicina da Bahia, que afirmava ser ele oriundo deste município baiano.

Documentos do Cartório Marback)

Valendo-me da amizade da cachoeirense Maria Raquel dos Reis Morais, chefe de Gabinete da Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe (2006), foi solicitada ao Cartório local, situado no Fórum deste município, certidão de nascimento de Guilherme de Freitas Dias Gomes. A confirmação fora dada imediatamente pela própria responsável pelo Cartório Civil, D. Leda, positivando a solicitação. Passados quinze dias, chega à resposta negativando a existência do registro em nome de Guilherme de Freitas Dias Gomes. Finalmente, recorremos ao músico Alfredo Dias Gomes (RJ) filho do dramaturgo Dias Gomes, que forneceu o telefone de Célia (até aquele momento, ela era desconhecida por nós), filha do poeta Guilherme Freitas Dias Gomes, que nos passou informações  preciosas para a reconstituição da sua biografia, além de enviar cópias do diploma da Faculdade de Medicina da Bahia,  que omite o nome da mãe de Guilherme e dá como 24 de fevereiro de 1912 a data de nascimento, certidão de óbito e uma outra  certidão retificando o registro quanto aos nomes dos pais de Guilherme, expedida pelo Tabelião Marback (BA) em  15 de outubro de 1934. Nesta certidão confirma ter Guilherme Freitas Dias Gomes, nascido em 24 de fevereiro de 1912, às 7 horas à Rua Frei Miguelinho, filho legitimo do Dr. Plínio Alves Dias Gomes e de D. Alice Freitas Gomes. Depois de vários anos de pesquisa e dúvidas, chegamos à conclusão de que Guilherme Freitas Dias Gomes, é de fato irmão de Alfredo de Freitas Dias Gomes.

Plínio Alves

Plinio Alves – pai

Somente muito recentemente, consegui algumas informações sobre a permanência de Plínio Alves Dias Gomes na região da Amazônia. Nascido em 27 de julho de 1881 na Bahia, Plínio Alves Dias Gomes era formado pela Escola Politécnica da Bahia, como engenheiro geógrafo. No Estado do Amazonas sua presença é registrada na imprensa local, através da sua nomeação em 6 de setembro de 1901 na cadeira de Desenho e Caligrafia, da Escola Normal. Em setembro do ano seguinte, leciona a mesma disciplina no Instituto Benjamin Constant. No início do exercício do ano de 1903, o professor Plínio Alves foi licenciado pelo período de 60 dias para tratamento de saúde. No requerimento não é especificado qual a enfermidade. Em março de 1905, o professor solicita mais uma licença pelo período de 90 dias.

Um ano depois, a edição nº 87 do Correio do Norte, de Manaus, do dia 3 de maio, publica o seguinte texto:

Encaminhando devidamente informada a inclusa petição do Sr. Plínio Alves Dias Gomes, professor de desenho da escola complementar do sexo feminino em que solicita 90 dias de licença para tratamento de saúde.

Dias depois, o mesmo jornal informa que:

O Dr. Plínio Alves Dias Gomes, pagou ontem na Recebedoria do Estado o imposto de emolumentos de uma portaria de licença, para tratamento de saúde.

Em outubro de 1909, obtém permissão para gozar as férias do presente ano letivo fora do Estado. Dois anos depois, em 25 de janeiro, A Imprensa, do Rio de Janeiro, informa que foram nomeados os engenheiros da Repartição Federal de Fiscalização das Estradas de Ferro, os drs. Cândido José Mariano (1ª classe) e Plínio Alves Dias Gomes, (2ª classe). Em março, chega ao Maranhão para fazer parte da fiscalização do trecho Rosário-Itapecuru. Vários engenheiros estavam envolvidos na construção da linha da E. F. de São Luiz a Caxias, conforme registro do jornal Pacotilha (MA), 1º de março de 1911:

Chegou também, para fazer parte da mesma fiscalização, o engenheiro Plínio Alves Dias Gomes. Foi designado para fiscalizar o trecho Rosário-Itapecuru, a partir de Itapecuru, o engenheiro chefe da fiscalização, Sr. Dr. José Palhano de Jesus, seguirá para Caxias, no primeiro vapor.

Em agosto de 1911 Plínio Alves Dias Gomes, solicita 90 dias de licença em prorrogação da que se acha gozando. Segundo informação do Jornal do Comercio, de Manaus, 20 de maio, 1912, Plínio Alves deixa de ser funcionário do Estado do Amazonas:

Tendo em vista um ofício da diretoria geral da instrução Pública, o coronel governador do Estado resolveu, nos termos do artigo 9 da lei nº 169 de 22 de maio de 1897, exonerar ontem, por abandono de emprego, do cargo de professor da cadeira de desenho da Escola Normal, o Sr. Plínio Alves Dias Gomes.

Em 8 de fevereiro de 1913, o jornal A Época, da capital federal, registra o seguinte:

 O Ministro da Viação mandou registrar o título de engenheiro conferido pela Escola Politécnica da Bahia, ao Sr. Plínio Alves Dias Gomes. Em julho o Ministro da Viação exonerou Plínio Alves Dias Gomes, engenheiro de 2ª classe.

 Em 9 abril de1917 é publicado n’O Jornal, do Maranhão:

Que Plínio Alves e família seguirão com destino da Bahia, vapor Ceará

Três anos depois, a 3 de julho foi publicado editar de concorrência para arrendamento da Empresa Viação do São Francisco, em sociedade com Joaquim Espinheira da Costa Pinto e outros apresentaram-se como proponentes, sendo vencedor Manoel Sabino dos Santos. Em abril de 1924 Plínio Alves, solicita ao ministro da Viação, averbação de declaração de família.

No início de dezembro de 1927, já falecido, A Noite, do Rio de Janeiro publica uma nota sobre “Pagamentos de pensões nas delegacias fiscais da Bahia e Santa Catarina:

A Diretoria da Defesa Pública concedeu às delegacias fiscais do Tesouro Nacional nos Estados da Bahia e Santa Catarina os créditos de 1:800.650$ e 179$032, para pagamento de pensões a D. Hilda Lopes da Cruz Calmon Bittencourt, filha do contra-Almirante Athanagildo Lopes da Cruz e D. Alice Ribeiro de Freitas Gomes e outros, viúva e filhos do engenheiro Plínio Alves Dias Gomes e D. Maria Dolores da Costa Vieira, filha do major Alexandre Francisco da Costa.

Adolescência

Ainda criança, Guilherme Freitas Dias Gomes transferiu-se do Rio Grande do Norte para a cidade do Salvador, juntamente com a família, para dar continuidade aos estudos, matriculando-se em 1924 no Ginásio da Bahia, para conclusão dos estudos secundários, permanecendo até 1927 e no ano seguinte prestou exames de vestibular na antiga Faculdade de Medicina da Bahia. 

Após aprovação no vestibular para o curso de Medicina, conclui e cola grau como médico a 7 de dezembro de 1933, tendo como orador o professor de Clínica Odontológica, o alagoano Ademar Almeida Vasconcellos (1910-1945), intelectual de destaque que recebeu o Prêmio Getúlio Vargas (II Congresso Odontológico Brasileiro). Ademar era Patrono da Cadeira nº 50 do Instituto Bahiano de História de Medicina e Ciências afins, bem como da Academia de Odontologia da Bahia, onde ocupava a Cadeira nº 4.

Encontrei nas Memórias Históricas da Faculdade de Medicina da Bahia (Faculdade Livre) 1925-1941 – Volume II, 2ª Parte 1931-1935, Salvador-Bahia-Brasil, 2013-2014, de Cristina Maria Mascarenhas Fortuna, uma curiosa informação sobre Guilherme:

Diploma da Faculdade de Medicina

Foram lidas as inscrições para os concursos de Livre Docência sendo cassada a inscrição para o concurso de Clínica Urológica do Dr. Guilherme Freitas Dias Gomes por não cumprir a exigência de já estar formado há 3 anos.

Estudioso

   Talentoso, responsável e aplicado nos estudos, Guilherme era o orgulho da família. Segundo seu amigo e companheiro de tertúlias Edison Carneiro (1912-1970):

Era um dos poucos brasileiros que na época, aprendera alemão na Bahia. Sabia francês, inglês, espanhol, italiano e até se aventurou a estudar japonês e árabe. Com ele iniciei um curso de nagô com Martiniano do Bonfim. Morreu, há alguns anos, como oficial do Corpo do Exército.

Poema de Guilherme

Guilherme de Freitas Dias Gomes sabia várias línguas, era um estudioso e esse aprendizado lhe fora incutido pelo pai, que era muito severo e o obrigou a estudar em colégio alemão. Este idioma era uma das disciplinas por ele cursada no Secundário, onde obteve média 7 (sete). Segundo Dias Gomes “a família tinha ar de nobreza decadente, arruinada”, pois havia entre seus familiares descendentes de Teixeira de Freitas, que era primo de sua mãe e do Visconde e Marquês de Caravelas (José Joaquim Carneiro de Campos, 1768-1836), seu primo em terceiro grau. Guilherme era o irmão mais velho do teatrólogo baiano Alfredo de Freitas Dias Gomes (1922-1999), seu conselheiro e influenciador na adolescência:

 Comecei a escrever para igualar-me a ele. Hoje, acho que fatalmente seria um escritor porque nunca descobrir em mim aptidão para qualquer outra atividade. Mas as minhas primeiras experiências literárias foram determinadas pelo desejo de imitar meu irmão.

Dias Gomes começou a escrever muito cedo, aos 9 anos. Teve sólida educação, pois sua mãe que provinha de uma educação elitista, não permitia contado dos filhos com outros de classe menos privilegiada. Tanto Guilherme como Alfredo residiam numa boa casa na Rua do Bom Gosto, hoje João das Botas, no bairro do Canela, onde nasceu Alfredo de Freitas Dias Gomes, seu irmão caçula.  O poeta Guilherme colaborou na revista O Momento, Etc., e O Estado da Bahia, deixando inédito o romance Mercado Modelo.

           Casa onde residiram

Romancista

Sobre este romance, cujos originais se encontram em poder do historiador Waldir Freitas Oliveira, mereceu um comentário do amigo Edison Carneiro em 1935:

O romance de Guilherme Dias Gomes, Mercado Modelo, fica limitado pelos muros da cidade. Explora a vida dos humildes, dos desprotegidos da sorte, tanto dos proletários, como a negra Brasilina, neta de escravos, quanto também do pequeno burguês que, em virtude das altas e baixas do capitalismo, como Belizário Portela se proletarizou. E se sucedem, através do romance, às cenas de ternuras e de revolta, e a multidão dos tipos criados pelos antagonismos das classes sociais, – a cafetina, o coronel, a prostituta, o traidor do socialismo, o ladrão, o propagandista, o rebelde. São cenas pegadas ao vivo, com a marca registrada dos fatos diários. E, dominando tudo, estar o Mercado Modelo, casarão infecto onde a gente mais heteróclita do mundo se acotovela na luta pela vida, vendendo, xingando, suando e alimentando o mesmo ódio sagrado pela classe exploradora.[1]

Escola de Saúde

Escola Militar de Belém

 Formado, o jovem Guilherme de Freitas Dias Gomes vai ao Rio de Janeiro e presta exame para ingressar no Exército Brasileiro, onde foi aprovado. Imediatamente transferi para o Rio sua família, composta de mãe e irmão (Alfredo Dias Gomes), juntos moram na pensão de Dona Marieta, todos sustentados por Guilherme. Mesmo depois de casado, com Glória Beck Dias Gomes as despesas continuavam com Guilherme.

            Segundo noticiou o jornal A Noite, edição de 20 de abril de 1935, convocando a comparecer na Escola de Saúde, os candidatos médicos, designados para a prova pratica do concurso de admissão à matricula no curso de formação de oficiais para o quadro médico:

            Turma efetiva – Dr. Aloizio de Pinto Castro, Manoel Francisco de Azevedo, Dr. Newton Marques de Azevedo, Dr. Osvaldo Prado Franco, Dr. Leopoldino Guerra Cunha, Dr. Paulo Cruz Monteiro Velloso, Dr. Paulo Bastos Santiago, Dr. Luiz Philippe e Assis Pacheco.

                Turma Suplementar – Dr. Acilino de Arruda, Dr. Luiz Gonzaga de Ataliba Nogueira, Dr. Salvador Marleta Junior, Dr. Guilherme Freitas Dias Gomes.

                Em fevereiro de 1937, Guilherme Freitas Dias Gomes, 1º tenente médico, transferido do D. R. de Barreiros para o 10º R. I. (Belo Horizonte), recebeu permissão para gozar o resto do trânsito no Rio de Janeiro.

            Por despacho do Sr. General Eurico Dutra Ministro da Guerra, informa o Jornal do Comercio (RJ), de 8 de fevereiro de 1938, que foram designados:

            O Capitão médico Dr. Paulo Cesar de Campos para assistência militar da cadeira de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, e o Primeiro tenente médico dr. Guilherme Freitas Dias Gomes, para assistente da cadeira de clínica urológica da Faculdade Fluminense de Medicina, sem prejuízo dos serviços que prestam,, respectivamente, no Colégio Militar do Rio de Janeiro e na Policlínica Militar.

                Nesse mesmo ano de 1938, no mês de julho, por necessidade do serviço foi transferido da Policlínica Militar para a Escola Militar

                Em abril de 1940, são transferidos vários oficiais médicos, entre os quais, Guilherme Freitas Dias Gomes, da Escola Militar para o Hospital Militar de Belém, instituição fundação em 22 de março de 1890. Em 19 de fevereiro de 1942, o 1º tenente Dias Gomes se apresenta na Diretoria de Saúde e na Diretoria do Material Bélico, por diversos motivos.

            Morte

 Na capital federal falecera a 8 de outubro de 1943 aos 32 anos, no Hospital Central do Exército, como primeiro tenente, vítima do impaludismo, adquirido na região amazônica. [2] Na época deixou dois filhos menores, Plínio Carlos, de dez meses e Célia de quatro anos, que atualmente vivi no Rio de Janeiro.

Em 13 de outubro de 1943, o Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, noticia o falecimento do oficial:

Faleceu no dia 8 do corrente, no Hospital Central do Exército, o 1º tenente médico, dr. Guilherme Feitas Dias Gomes, da Fábrica do Realengo.

Outra Nota sobre o seu falecimento, foi publicada na Gazeta de Notícias de 24 de outubro de 1943:

Informa sobre a Missa de Guilherme Freitas Dias Gomes, às 10 horas no altar-mor da Igreja da Cruz dos Militares, na próxima terça-feira, 26 do corrente, será realizada “missa de 7º dia” pela alma de Guilherme Freitas, 1º tenente médico do Exército. O extinto era genro do Dr. Carlos Fischer Beck, desenhista do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (Ministério da Viação e Obras Públicas).

                  Nota da Missa

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Jornalista, pesquisador e escritor, membro dos Grupo Plena/CNPq/UFS e do GPCIR/CNPq/UFS. Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Sergipe gilfrancisco.santos@gmail.com


[1] Um rebelde potiguar na Bahia, Gilfrancisco. Aracaju, Cinform, 11 a 17 de fevereiro, 2008.

[2] 1943 é o ano em que Alfredo de Freitas Dias Gomes, ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, para abandoná-la anos depois sem concluir o curso de Ciências Jurídicas e Sociais.