Por Victor Pinto
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), fez jus ao cargo e a valorização dos festejos históricos do bicentenário da Independência da Bahia. Contrariou positivamente a conduta do seu antecessor que deu de ombros a tradição de resgate da história baiana desde Jaques Wagner (PT) nos idos de 2007.
Todo 25 de Junho a cidade de Cachoeira, palco de batalhas para liberação do país dos portugueses, vira, por um dia, capital do Estado, de acordo como a Lei Estadual nº 10.695/07. Cachoeira é considerada monumento nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, diga-se de passagem.
Para muitos isso pode ser irrelevante, mas quem gosta da política, da história e da cultura, principalmente no nicho baiano, sabe o simbolismo que um ato desse carrega.
“Os livros não contam tudo o que realmente aconteceu. Os indígenas, os negros, os trabalhadores e as mulheres que estiveram à frente das batalhas não entram nos relatos. Foram muitas as ações pela saída dos portugueses, em todos os cantos do país, mas o berço da reação foi aqui. Espero que a gente possa ver as gerações futuras contando essa história sem negar o papel de cada um”, destacou o governador em entrevista após solenidade na Câmara de Vereadores da cidade.
Situada às margens do Rio Paraguaçu, a cidade de Cachoeira respira história. Seu marco principal foi sua participação efetiva na independência do Brasil. Em junho de 1822, antecipando o Grito do Ipiranga, a cidade proclamou o então Príncipe D. Pedro I como Regente, e foi a sede do Governo Provisório do Brasil. Junto ao desenvolvimento econômico, cresceu também a sua importância política e, algum tempo depois, o local recebeu as visitas de D. Pedro I e D. Pedro II, da Princesa Isabel e do Conde D’Eu.
Eu escrevi no fim do ano passado que se esperava de Jerônimo, cuja posse e início de mandato acontecem justamente no ano do bicentenário, uma maior valorização da nossa festa histórica, popular e política. Uma maior mobilização das pastas. E de fato estamos vendo isso.
O governador não só convidou, ele convocou o secretariado, pois se a sede de poder está mudando, muda-se também todos que compõem esse nicho do Executivo. Salvo algumas exceções, os titulares cumpriram o chamado, inclusive seu vice, Geraldo Júnior. Com esse artigo, faço questão de dizer, estou dando a César o que é de César. E que venha dia máximo, o próximo 2 de Julho!