Por Victor Pinto
A jóia da coroa na geografia do voto no Estado, Salvador, possui, hoje, uma campanha do grupo opositor a Bruno Reis (UB) sem uma definição de nomes ou até mesmo de uma candidatura única ou a tática já fadada da pulverização. Enquanto isso, Feira de Santana e Vitória da Conquista, tidas como essenciais para o governo do Estado e o núcleo petista, já possuem nomes muito bem definidos. A Princesa do Sertão tem um caso mais emblemático por se tratar de uma sucessão, diferente das eleições soteropolitana e conquistense, que tratam de reeleição dos gestores.
Feira de Santana repetirá a tática de Zé Neto (PT). 2024 será aquele momento do vai ou racha do político. Apesar do anti zenetismo ser mais duro do que o anti petismo em solo feirense, o deputado federal, que bateu na trave em 2020 contra Colbert Martins (MDB), enxerga na sucessão da prefeitura uma condição melhor. Tudo também vai depender de uma possível terceira via rachadora de votos do campo da direita com o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) e a possível volta de Zé Ronaldo (UB) no páreo. Para tanto, os dois caciques da política de 22, Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (UB) vão acompanhar de perto as decisões e as estratégias.
No fim de semana, o PT de Conquista bateu o martelo pela pré-candidatura do deputado federal Waldenor Cardoso (PT). Diferente de Feira, não apostará no Zé: neste caso, Zé Raimundo (PT), deputado estadual, que também bateu na trave no último pleito. E Sheila Lemos (UB), prefeita em vias de reeleição, seguirá com o grupo de Neto, mesmo com a marcação cerrada do governador na região.
Feira tem um caso parecido com Salvador: o PT nunca governou a cidade. Conquista carrega uma sanha pelo retorno da era petista na cidade. A definição dos quadros ajuda no rascunho do próximo ano e acirra os fechamentos de acordos. Mas sem gastar cartucho agora por imposição da lei e para não faltar combustível quando a campanha oficial começar.
No campo soteropolitano, Bruno Reis segue na busca pela neutralização de João Roma (PL), ao qual busca se alinhar. Mas sem pressa ou receio. Comemorou e muito os bons índices de repercussão nacional da aprovação da sua gestão, mas isso por si só não garante o resultado final da eleição do próximo ano. Qualquer fraquejada no campo político pode ser fatal. Já o governo do Estado bate cabeça numa metralhadora giratória de nomes sem definição. O andar da carruagem nos permite ver uma candidatura não petista e uma abertura, tal qual em 2016, para um partido aliado colocar o nome para o embate.
Diferente de uma eleição estadual, a disputa soteropolitana sempre carregou características muito próprias no seu contexto histórico, tema de um artigo futuro. Se para Bruno a espada na sua cabeça é pela manutenção do seu grupo na prefeitura para garantir o alicerce de 2026, para Jerônimo conquistar o Executivo da capital é pavimentar a sua reeleição. Como o caminho, aparentemente está complicado, vai centrar fogo nas maiores cidades do interior. A conferir.