Por Zédejesusbarreto
A nova seleção brasileira de Dorival Junior não decepcionou. Levou dois gols e um chocolate na primeira etapa mas foi buscar o empate; tomou o terceiro (em pênalti duvidoso) aos 40 do segundo tempo e conseguiu o empate, jogando pra cima diante de uma Espanha primorosa no toque de bola,  na marcação por pressão o campo inteiro e jogando em casa. Brilhou de novo a estrela de Endrick, a técnica de Rodrygo, a aplicação de todos e a visão, coragem do treinador nas substituições feitas. Nada mal para um começo, vencendo a Inglaterra em Wembley e empatando com a Espanha no Bernabéu. Dois jogos amistosos com cara de copa do mundo, bem ‘peleados’,  Isso dá casca, maturidade. Agora, é pensar na Copa América.  

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No Santiago Bernabéu/Madri

 Noite limpa na capital espanhola, frio de 4 graus, o moderníssimo estádio do Real Madrid com ótimo público, um tapete. Arena midiática, palco de um grande clássico internacional e de um pertinente manifesto:

– Fizeram desse amistoso um grito contra os atos de racismo no futebol, dentro dos gramados, nas arquibancadas e fora também. O brasileiro Vini Jr, capitão e camisa 10 no jogo, empunhando, hasteando a bandeira dessa luta, de todos nós. Que o grito ecoe nas mentes. A Deusa Bola não merece a estupidez do racismo.

 Obs: gostaria de ver mais ‘negão’ na equipe brasileira. Né? Um time muito branquelo, europeu.  

– A Seleção Brasileira estreando sua nova camiseta canarinho, com escudo à frente, centralizado, e homenagem na manga ao treinador Zagallo. A Espanha com sua tradicional ‘roja’, a camiseta vermelha.

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Com bola rolando …

– Os espanhóis desde o começo tentando impor seu estilo, marcação sob pressão e muita posse de bola, troca de passes. Os brasileiros com dificuldades para sair jogando de trás. Até os 10 minutos não vimos a cor da bola; marcamos, nos defendemos, só…

  Aos 11’, o arisco Lamine Yamal, 16 anos, enfileirou a marcação fechando da direita e foi derrubado, calçado por J Gomes, o árbitro portuga apontou pênalti.

 – Gol! 1 x 0 Espanha! Rodri bateu forte, alto, no meio, e abriu o placar. Aos 12 min.  

  O Brasil precisava entrar no jogo, achar a bola. Só aos 16’ chegamos, com bela arrancada de Rodrygo e o chute fraco de Vini Jr nas mãos do goleiro. Muito totó no meio campo espanhol, os jovens ponteiros Yamal e Williams levando vantagem sobre os marcadores Danilo e Wendell.  Oito finalizações dos europeus, uma apenas dos brasileiros. Daí…

 – Gol!  2 x 0 Espanha, aos 36’, Olmo. O meia espanhol entrou costurando pelo meio da área, deixou dois marcadores no chão e bateu de canhota, de cara, ampliando, fácil.

 Aí, o goleiro Unai Simon foi fazer uma gracinha, com os pés, e se deu mal.  

– Gol! 2 x 1 Brasil, golaço de Rodrygo, disparado o nosso melhor jogador; encobrindo o goleiro, com estilo, aproveitando-se da saída de bola errada do guarda-metas. O garoto agradeceu. Ainda bem que achamos um gol ainda na primeira etapa.

   Uma primeira etapa ruim da equipe brasileira, marcando mal, sem pegada, sem achar a bola no meio-campo – Paquetá, J. Gomes e Bruno Guimarães na roda -, Vini Jr e Raphinha omissos pelos lados, e só Rodrygo apareceu em boas jogadas individuais. Não soubemos jogar contra uma equipe que toca bola, troca passes, não encaixamos a marcação e pouco atacamos, sempre tentando a bola longa, enfiada, sem êxito. O placar foi pequeno perante a superioridade em campo da ‘Roja’ espanhola, que se impôs. Rodri e Olmo absolutos no meio-campo. Sacode, Dorival Jr!

 Segunda etapa – A temperatura da noite, em Madri, caiu para menos de 2 graus. E, np vestiário, Dorival mexeu: – Andreas, André, Yan Couto e Endrick em campo (saíram Raphinha, João Gomes, Bruno Guimarães e Danilo). Mexeu no meio de campo, fundamental.

 – Logo no primeiro minuto, Endrick enfiou pra corrida de Vini Jr que se enrolou todo na entrada da área, Paquetá pegou a sobra e errou o alvo.  Na resposta, Rodri bateu de longa para boa defesa de Bento. Daí …   

 – Gol! 2 x 2 Brasil, ele, o menino iluminado Endrick, aos 4 minutos, pegando um rebote da entrada da área, de prima, de canhota, após cobrança de escanteio. Chutaço! Aos 4 minutos.     

 Um outro panorama, um Brasil totalmente diferente no recomeço, pegando mais,  com outra postura, encarando, chegando junto, atacando. Aos 8 min Rodrygo entrou fechando da direita, levando a marcação, batendo cruzado, meio sem ângulo, acertando o poste.

  Então, um jogo mais equilibrado. A Espanha mantendo seu estilo, com mais posse de bola, fazendo Bento trabalhar, porém um Brasil agora mais aceso, marcando melhor e também incomodando na frente, sobretudo quando a bola cai nos pés de Rodrygo e Endrick, diferenciados.

 – Aos 20’, arrancada de Beraldo, desde a defesa, ariscou da entrada da área inimiga, por cima. Aos 25’, saiu Vini Jr, ovacionado – jogou muito pouco – entrou Douglas Luiz; mais marcação no meio. Aos 28’, Yamal aprontou pela direita, Rodri rolou pra meio e Olmo arrematou, Bento salvou arrojado, no rodapé.

   Continuava intenso, bom de ver, dái o soprador de apito português ‘melou’, inventou um pênalti de Beraldo no malandro e rodado Carvajal, aos 39’. Não foi nada. Os brasileiros dentro e fora reclamaram, chiaram, mas …     

– Gol! 3 x 2 Espanha, Rodri bateu a penalidade sem dar chance pra defesa, firme, no canto, aos 41’,  

O time brasileiro foi pra cima. Aos 46’, Paquetá ficou de cara com o goleiro e perdeu, deu Unai Simon.  Quando tudo parecia perdido, Carvajal, caído, derrubou Galeno puxando-o pela perna com a mão, o árbitro viu e apontou a marca da cal.

 – Gol! 3 x 3 Brasil, aos 50 minutos. Paquetá bateu forte, no canto, empatando.

  Um resultado mais justo e muito bom para essa nova seleção de Dorival Jr. Mostrou postura, não se entregou, foi buscar o resultado. 

Os destaques:

 Esse garoto Lamine Yamal, 16 anos, joga demais. A experiência de Carvajal, os armadores Rodri e Olmo, o toque de bola espanhol … 

 No Brasil, o abençoado Endrick, boa atuação do goleiro Bento, de Beraldo, Paquetá… e Rodrygo o mais técnico. Vini Jr e Raphinha muito abaixo do que podem.  

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Ficha técnica

– A España do técnico Luis de La Fuente: Unai Simon, Carvajal, Le Normand  (coubasi) , Laporte e Cucurella; Rodri, Fabian Ruiz e Olmo; Lamine Yamal, Morata e Nico Williams.

– O Brasil escalado por Dorival Jr: Bento, Danilo, Fabrício Bruno, Beraldo e Wendell; João Gomes, Bruno Guimarães e Paquetá; Raphinha, Rodrygo e Vini Jr.

Arbitragem lusitana, com Antônio Nobre no apito (gosta de dar pênaltis) .

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 O objetivo desses amistosos é preparar a Seleção para a Copa América, que acontece dos meados de junho a julho em gramados dos EUA. O grupo do Brasil tem a Costa Rica, Paraguai e Colômbia.

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O Nordestão

Nesta quarta, dia 27, acontece a última rodada da fase classificatória de grupos da Copa do Nordeste. Todos os confrontos serão às 21h30, pra não haver treta.

O Bahia, classificado e líder do Grupo B, joga em João Pessoa contra o Botafogo da Paraíba que briga por classificação no Grupo A, o do Vitória.  O Tricolor vai jogar com uma equipe alternativa, poupando seus principais jogadores para a disputa do título baiano, em dois Ba x Vis – o primeiro, domingo, no Barradão. A equipe, em João Pessoa, deve ser dirigida por Rogério Ferreira, o auxiliar do xará Ceni.

 O Rubro-negro baiano recebe o 13 de Campina Grande, em casa, ambos precisando vencer para ter chance de classificação. O Leão tem de ganhar e torcer por tropeços de concorrentes; mesmo assim, de olho no Ba x Vi deve poupar alguns de seus titulares, nos limites físicos por conta da temporada puxada.

  A rodada cheia da quinta à noite vai ser interessante, jogos quentes definirão quem continua na corrida pelo título e quem cai fora.  Té manhã, pois.

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Foto: CBF/Rafael Ribeiro