Por Victor Pinto
A pomposa festa da ascensão de Ronaldo Carletto à presidência do Avante na Bahia foi um contragolpe planejado pelo atual comando do governo do Estado e sua articulação política. Por mais que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) diga que não e até brinque com o termo “contragolpe” alcunhado por esse jornalista ao tentar resumir o movimento, o reposicionamento da sigla atinge em cheio o PP e nutre na base uma “nova legenda”.
Desde o rompimento em 2022 e a queda do teodolito, o PP tem amargado derrotas sucessivas, a começar pela não eleição de Cacá Leão (PP) ao Senado, a derrota de ACM Neto (UB) para o Palácio de Ondina, a diminuição dos seus filiados em espaços de projeção política e, agora, uma debandada de deputados estaduais e prefeitos. Muitos desses ainda não prosseguiram com o passe diante do risco da infidelidade partidária. Esperam o momento certo.
O ponto de corte foi a sucessão de João Leão (PP) por Mário Negromonte Júnior (PP) na presidência do partido, cuja queda de braço aconteceu com o próprio Carletto. Quando o empresário do “busu”, emissário governista para tentar puxar de volta o PP para a base, viu o insucesso e fez a articulação do bota fora.
Alguns desacreditavam da medida, inclusive os próprios pepistas. A carta na manga foi o Avante: um partido sem grande expressividade no tabuleiro político, mas com caminhos futuros para serem percorridos e assim levá-lo a um lugar à mesa com os grandes. A sigla originalmente só fez um federal e um estadual. Sempre orbitou nessa média. Agora tende pelo crescimento, fazendo parte de uma política nacional de pulverização de poderes em partidos aliados.
A guarita de Carletto, como muitos pensaram quando foi suscitada a sua saída do PP, poderia ter sido o PSD de Otto Alencar. O ex-pepista chegou a aventar essa possibilidade comigo certa vez em uma conversa, mas os indicativos foram outros.
Vejamos: se assim o fizesse, transformaria a sigla, o PSD, é um megazord de uma parte só – analogia a um tipo de super robô dos Power Rangers, que sempre precisou se juntar com diversas partes para crescer e ficar grande contra o inimigo. Os pessesdistas, por exemplo, teriam uma maior bancada na ALBA e aumentariam ainda mais suas fileiras de prefeitos, o que custaria ao governo baixar ainda mais a guarda pelos aliados.
Quando havia o famoso teodolito, o PP fazia frente à força do PSD em vários setores. Com a saída do partido do grupo dos azuis, do balanceamento com os vermelhos, o PSD passou a nadar sozinho de braçada. Pelo visto, pelo querer de Jerônimo, Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT) – que retornou de uma agenda presidencial em outro Estado só para prestigiar o evento -, o Avante vem para tentar – ninguém sabe se vai conseguir – se tornar um nova força diante da sopa de letrinhas governista.
Por Victor Pinto
A pomposa festa da ascensão de Ronaldo Carletto à presidência do Avante na Bahia foi um contragolpe planejado pelo atual comando do governo do Estado e sua articulação política. Por mais que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) diga que não e até brinque com o termo “contragolpe” alcunhado por esse jornalista ao tentar resumir o movimento, o reposicionamento da sigla atinge em cheio o PP e nutre na base uma “nova legenda”.
Desde o rompimento em 2022 e a queda do teodolito, o PP tem amargado derrotas sucessivas, a começar pela não eleição de Cacá Leão (PP) ao Senado, a derrota de ACM Neto (UB) para o Palácio de Ondina, a diminuição dos seus filiados em espaços de projeção política e, agora, uma debandada de deputados estaduais e prefeitos. Muitos desses ainda não prosseguiram com o passe diante do risco da infidelidade partidária. Esperam o momento certo.
O ponto de corte foi a sucessão de João Leão (PP) por Mário Negromonte Júnior (PP) na presidência do partido, cuja queda de braço aconteceu com o próprio Carletto. Quando o empresário do “busu”, emissário governista para tentar puxar de volta o PP para a base, viu o insucesso e fez a articulação do bota fora.
Alguns desacreditavam da medida, inclusive os próprios pepistas. A carta na manga foi o Avante: um partido sem grande expressividade no tabuleiro político, mas com caminhos futuros para serem percorridos e assim levá-lo a um lugar à mesa com os grandes. A sigla originalmente só fez um federal e um estadual. Sempre orbitou nessa média. Agora tende pelo crescimento, fazendo parte de uma política nacional de pulverização de poderes em partidos aliados.
A guarita de Carletto, como muitos pensaram quando foi suscitada a sua saída do PP, poderia ter sido o PSD de Otto Alencar. O ex-pepista chegou a aventar essa possibilidade comigo certa vez em uma conversa, mas os indicativos foram outros.
Vejamos: se assim o fizesse, transformaria a sigla, o PSD, é um megazord de uma parte só – analogia a um tipo de super robô dos Power Rangers, que sempre precisou se juntar com diversas partes para crescer e ficar grande contra o inimigo. Os pessesdistas, por exemplo, teriam uma maior bancada na ALBA e aumentariam ainda mais suas fileiras de prefeitos, o que custaria ao governo baixar ainda mais a guarda pelos aliados.
Quando havia o famoso teodolito, o PP fazia frente à força do PSD em vários setores. Com a saída do partido do grupo dos azuis, do balanceamento com os vermelhos, o PSD passou a nadar sozinho de braçada. Pelo visto, pelo querer de Jerônimo, Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT) – que retornou de uma agenda presidencial em outro Estado só para prestigiar o evento -, o Avante vem para tentar – ninguém sabe se vai conseguir – se tornar um nova força diante da sopa de letrinhas governista.