O desejo pela vaga do Tribunal de Contas

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Por Victor Pinto
Em dezembro, com uma aposentadoria no pleno, estará vacante uma nova cadeira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Agentes e partidos estão em campanha pelo posto, tido como um paraíso político para quem quer se aposentar do ramo eleitoral com estrutura financeira e ter ainda espaço no complexo tabuleiro político. 

A queda de braço se torna mais competitiva e emocionante quando a vaga é destinada para a Assembleia Legislativa. A briga fica clara entre a base do governo e a da oposição. E é este o caso da cadeira de dezembro. Difícil lutar contra a situação e conseguir êxito. A última vez, em 2014, houve um conflito e tanto entre o deputado Carlos Gaban e o deputado federal petista Zezéu Ribeiro, já falecido. Uma sessão tumultuada e histórica que quase levou a vitória do opositor, mas por uma articulação do presidente da ALBA na época, Marcelo Nilo, Zezéu virou o conselheiro. 

O mesmo Nilo quer agora tentar o posto depois de ter perdido a reeleição para deputado federal. Da última vez buscou se viabilizar, mas Tom Araújo, ex-deputado do União Brasil, foi o escolhido para o embate contra Aline Peixoto. Ela foi a vencedora pela Casa Legislativa após uma articulação que envolveu diretamente o ministro Rui Costa (PT) e o aparato estatal do governo Jerônimo Rodrigues (PT). 

Agora, para concorrer com Nilo, surgem nomes do PCdoB, como o deputado estadual Fabrício Falcão e o federal Daniel Almeida, numa contenda interna, e uma possível predileção do PSD do senador Otto Alencar com um quadro ainda não suscitado na bolsa das apostas. Qualquer saída dos comunistas, os beneficiados são do PT. Já no caso dos pessedistas, só o próprio partido de Otto lucra com a empreitada.

Os mais antigos, no cafezinho e na conversa no restaurante da ALBA, lembram da síndrome da “mão que coça”, pois o voto é secreto. O termo serve para ilustrar a possibilidade de traições ou respostas às articulações políticas no período. Por ter gastado cartucho em Aline, o governo não estaria tão disposto a ir para o tudo ou nada. Porém, a briga pessoal de Nilo com Rui pode fazer setores mobilizarem arsenal para o “opositor” não ganhar a queda de braço. Tudo vai depender do período e dos contextos envolvidos.

A disputa não gera tanta curiosidade do grande público. Um fato notório. Mas sacode os corredores do poder e os bastidores recheados de recados para quem consome as informações do jogo político. 

PRESIDÊNCIA DA ALBA – Por falar em ALBA, a frase “a esperança é a última que morre” é recorrente. Realmente uma frase muito comum e quem está confiante nela é o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Adolfo Menezes (PSD). O político, que foi o autor da PEC que colocou fim na reeleição da presidência da Alba, agora quer emendar um terceiro mandato. Por mais que para isso precisaria ter um novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma mudança na Constituição Estadual, isso não está fora do radar de Adolfo. 

Já teve vídeo do senador Angelo Coronel (PSD) defendendo o nome de Adolfo e um balão de ensaio de uma possível candidatura de oposição. Adolfo agora está na esperança de um terceiro mandato de Artur Lira (PP) à frente da Câmara Federal e isso gerar espaço para replicar  o caso na Bahia. 

Das fontes que ouvi, um cenário muito, muitíssimo remoto de acontecer, mas quem senta na naquela cadeira de chefe da mesa diretora, dificilmente quer sair. Apesar disso, o PSD já tem trabalhado para a cadeira ficar com um filiado da sigla, pois outros já estão ciscando e começam debater a sucessão, cuja votação só acontece em 2025. A conferir.