Por Henrique Ribeiro
Era 18/08/2023 quando me decidir ir ao show de Leandro Karnal, filósofo, historiador e show-man contemporâneo, no Centro de Convenções.
Fui acompanhado pela minha esposa, uma profissional formada em letras, que pressentiu que não seria uma boa, por que estava cansada, mas aceitou a grande tarefa de acompanhar um escritor, cardiologista e curiosamente seduzido por novidades literárias e conhecimentos globais.
O show começa com um inversão, interessante, de valores, em vez da vida, começa pela morte. Na cena o protagonista Karnal está deitado numa lápide com a data do seu nascimento e morte, por exemplo: eu nasci em 08.12.1957 e pretendo viver um século, por conseguinte a data da minha morte já está imaginada e projetada para 08.12.2057, portanto eu só tenho mais 35 anos de vida, que acho pouco, porém vou seguir os conselhos dele ressuscitado e agora de pé, para não me arrepender de ter vivido mal o último 1/3 da minha vida por exemplo:
- Ver o por do sol (boa ideia) e o sol nascer( não me parece uma 51).
- Não trabalhar tanto.
- Cultivar boas amizades.
- Valorizar mais aos entes queridos.
- Comemorar e “bebomorar” as datas festivas dos aniversários meus e dos amigos…etc.
Em síntese viver bem e melhor…Um senhor Epitáfio.
Depois procurou a ajuda inesgotável de poetas filósofos de todos tempos: William Shakespeare, Alberto Camus, seu grande ídolo Fernando Pessoa, para fazer um estudo quase perfeito da Alma.
A vaidade foi um tema abordado de forma mais irônica possível. Colocou uma coroa na cabeça e se proclamou um rei, com todas as suas virtudes e fraquezas. Para ilustrar toda sua passagem , ele aborda o Mito Sísifo que com todas suas incongruências foi tentando enganar a morte e suas consequências quando acaba como refém.
A pergunta inevitável tinha que acontecer. Ele desce do palco e desfila entre o público e pergunta alguns deles:
Quem é vc? Olhando firmemente nos olhos de cada um que ele chega mais perto, tenta humoristicamente defini-los comparando-os com políticos da atualidade e figuras históricas do passado.
Depois colocou um boné na cabeça e voltou a infância em São Leopoldo, todos esses aspectos sempre bem discursivos e recheados de tecnologia de luz e som.
Após 01 hora de show, minha nobre esposa não sentiu-se bem e decidimos voltar para casa imaginando como foi o final do show.
Na oportunidade comprei um dos seus livros: Karnal…”Como eu vejo o mundo”.
O Show foi bom, mas o teatro, suas instalações e a acústica não favoreceram, poderiam ser melhores.
É sempre bom ouvir as vozes do nosso tempo, Karnal e Cortella, porém melhor ainda é continuar lendo, navegado no meio das informações e tirar suas próprias conclusões.
O cardio-Poeta se despede insaciável, aguardando novos shows que produzam impressões e emoções através do conhecimento.