Ópera da Independência entra em cartaz gratuitamente na Concha Acústica, em Salvador

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A Independência do Brasil na Bahia completa 200 anos. Integrando o calendário festivo, a peça musical 2 de Julho – A Ópera da Independência será encenada na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. Com texto de Cleise Mendes e sob a direção de Paulo Dourado, serão duas apresentações nos dias 21 e 22 de julho, sexta-feira e sábado, às 19 horas. A entrada é franca.

O diretor Paulo Dourado defende a presença do teatro em celebrações populares como o dia da independência baiana – festa que é, ao mesmo tempo, frisa ele, política, histórica e mística – pelo poder de criar no público uma noção de pertencimento nas pessoas.

“O 2 de Julho tem um caráter extremamente singular, que nem sempre é muito percebido e interpretado pela maioria das pessoas. É uma festa que celebra a espiritualidade junto com a política, a memória e a arte. A arte é o fundamento que engloba todos esses aspectos presentes na festa do 2 de Julho, uma história fascinante, complexa e rica, e que é a cara da nossa gente”, argumentou Dourado.

Para Cleise Mendes, autora do livro em que foi baseada a montagem, a luta pela independência do Brasil abrangia a luta dos negros escravizados pela libertação. “O título do texto, ‘2 de Julho – A Carta de Alforria’, já dá uma pista do recorte dado à peça”, antecipou a dramaturga.

Ela frisa que buscou dar destaque não só aos personagens já conhecidos, mas também aos combatentes anônimos. “Foram tropas de gente cansada e faminta, que deram a vida pela nossa independência. Todos lutaram e tiveram parte nessa vitória final”, explicou.

No elenco, atores de prestígio do teatro baiano darão vida aos heróis da liberdade. A plateia assistirá ao triunfo de pretos, indígenas e mestiços, sob o comando do general Labatut, em poder de resistência às investidas de Portugal, que tentava barrar a Independência do Brasil proclamada por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, um ano antes da epopeia na Bahia.

Como narrador onisciente dos acontecimentos, estará Castro Alves. O poeta será interpretado por Daniel Farias. Maria Felipa será vivida por Bárbara Borgga e Carlos Betão será Dom João e Madeira de Mello. As cenas épicas acontecerão sob a trilha sonora original assinada pelo cantor Gerônimo Santana, que conduzirá sua orquestra ao vivo. Dançarinos coreografados por Jorge Silva também vão imprimir o ritmo do musical.

A ópera já foi apresentada uma única vez em 2013, em um palco montado no Terreiro de Jesus. À época, ela também fez parte da programação de ações de celebração dos então 190 anos da independência da Bahia.

O espetáculo 2 de Julho – A Ópera da Independência é a mais recente obra incorporada ao Projeto Teatros do Tempo, comandado pelo ator e produtor Dody Só. A companhia conta, entre as suas produções, com sucessos de público e crítica como Búzios – A Conspiração dos Alfaiates (1992), Canudos, A Guerra do Sem-Fim (1993), Lídia de Oxum – Uma Ópera Negra (1995) e A Paixão de Cristo (2011).

Sinopse

A peça rememora o mais importante evento histórico na formação da nossa identidade cultural. Há 200 anos, o 2 de Julho consolidou, em terras baianas, a independência do Brasil. Após uma longa guerra de um ano e quatro meses, a vitória contra os invasores portugueses, que fogem pelo mar de volta para Portugal, foi alcançada. Em cena, combatentes anônimos – pretos, indígenas e mestiços –, que deram a vida pela libertação do povo brasileiro, além dos reconhecidos Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa, o corneteiro Lopes e o poeta Castro Alves, que será o narrador, embora não tenha participado pessoalmente da batalha.

Serviço

Espetáculo musical 2 de Julho – A Ópera da Independência

Data – 21 e 22 de julho (sexta e sábado)

Horário – 19h

Local – Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador

Classificação livre

Entrada franca

O projeto Bahia livre: 200 anos de independência é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.
Do Correio24horas