Sem memória

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Por Roberval Santos

Aproveitando que terei que pegar a lanchinha para Mar Grande, na Ilha de Itaparica, para fazer um som, passei no Mercado Modelo pra bater a tradicional “batida de côco”. Já tinha visto este absurdo, mas como encontrei o box aberto, resolvi comentar somente agora. O nome do tradicional box é “Orion”, mas hoje é somente “Bar S5”.

A Bahia é conhecida por não respeitar a história, a memória e a tradição, seja acadêmica, seja popular. No Rio de Janeiro, quando resolveram homenagear o maestro soberano, não retiraram o nome Galeão do aeroporto. Muito pelo contrário, incorporaram o tradicional nome ao aeroporto, como respeito à memória e à tradição do povo carioca, fluminense: Aeroporto Internacional do Galeão Antônio Carlos Jobim. Olha que beleza! Aqui na Bahia, “pense num absurdo, na Bahia tem precedentes”, Otávio Mangabeira, retiraram o nome do aeroporto, que representa a data magna do estado “Dois de Julho”, para homenagear um deputado. Eu desconheço um grande feito, uma grande obra, um legado para o estado do tal deputado!

Que quisessem homenagear quem quer que fosse, não teria problema algum, mas o nosso “Aeroporto Internacional Dois de Julho” virou Aeroporto Internacional deputado fulano de tal… É impressionante!

Não seria bacana se o tradicional box, hoje, se chamasse: Bar Orion S5, ou Bar S5 Orion?


Nem vou comentar sobre o nosso importante e imprescindível “Arquivo Público do Estado”. Vou parar por aqui. O que não falta são exemplos de descaso com a nossa memória, com a nossa história…
Músico, instrumentista e pesquisador