Por Henrique Ribeiro
No último dia 04 de agosto de 2023 o Cardio-Poeta Henrique Ribeiro e sua esposa Anete Calheira foram convidados pelo exímio Pintor Roberto Jonde e sua esposa Sonia Dalcum para o provável fantástico show da cantora baiana, diva da MPB, Simone Bittencourt de Oliveira na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.
O Cardio-Poeta estava meio melancólico porque nesta data nasceu sua falecida mãe Alice Rocha Pereira, mas perante o convite irrecusável, foi decidido que o casal não ia perder essa oportunidade.
O Show com título apropriado de “Tô Voltando” título homônimo da música de Paulo César Pinheiro/Maurício Tapajós, superou a expectativa.
Antes de começar os homens resolveram comer acarajés, essa fantástica iguaria baiana regada por refrigerante Fanta Laranja, quase era Crush, refrigerante dos anos 70, o único existente naquela barraca da baiana do acarajé. A qualidade dos acarajés não era das melhores, mas a fome da dupla Henrique/Roberto foi maior. As mulheres optaram por pipocas com água mineral que os homens posteriormente também ingeriram para completar o tanque gástrico.
Ao sentar na arquibancada da Concha, chegou o grande ídolo e amigo de Simone, Milton Nascimento numa cadeira de rodas e o público aplaudiu de pé.
Logo depois encontrei com a colega cardiologista Ana Elisabete, minha amiga Bet-cardio, mais uma emoção por que tinha mais de 10 anos que nós não encontravam-nos, falei da minha nova atividade como escritor e lhe enviei um livro meu, via Whatsap, “O Poeta & o Coração” para sua apreciação, ela ficou muito feliz em saber que já publiquei 07 livros- conta do mentiroso para muitos e plenitude para os religiosos católicos, como eu.
Simone mostrou que apesar de está na terceira idade continua com uma performance e uma voz insuperáveis. Abriu o show com a música “O Que Será” (Á Flor da Pele) de Chico Buarque/Milton Nascimento, tema do filme Dona Flor e seus dois maridos, primeira versão do filme com Sonia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça, música tão bela quanto censurada que chegou a ter várias versões para fugir da censura e com sua voz arrematadora Simone levantou o público, no final da música ela perguntou ao público:
-Onde estou?….Ela mesmo respondeu.
- Estou em Salvador, meu amor…O público foi ao delírio com seu carisma.
A partir do momento de abertura, a cada música que ela divinamente interpretava, ela repetia o refrão:
-Onde estou? E o público empolgado respondia:
-Em Salvador, meu amor.
O desfile musical foi impecável com a música de Gonzaguinha, “Começaria tudo outra vez”; Iolanda, um clássico de Chico Buarque/ Pablo Milanés; “Desesperar Jamais”, música de Ivan Lins/Vitor Martins…uma das músicas censuradas e usadas contra a ditadura; “Cigarra”, música de Milton Nascimento/Ronaldo Bastos(n) que gerou o apelido de CIGARRA da cantora Simone na época e até hoje felizmente carrega por que ela é uma verdadeira cigarra que enche de luz e o som o ar. “Encontros e Despedidas” música de Fernando Brant/Milton Nascimento, neste momento o Milton Nascimento não estava bem e não participou desta música como achei que estava previsto, mas a cantora foi até ele e homenageou juntamente com o público todo aplaudindo. “Maria Maria” foi outro sucesso estrondoso da dupla de Fernando Brant/Milton Nascimento; “O Amanhã”, música de Didi/João Sérgio; “Jura Secreta”, música de Abel Silva/Sueli Costa; “Começar de novo”, música de Ivan Lins/Vitor Martins….etc.
Quando parecia que o show tinha chegado ao auge…Aparece Carlinhos Brown (com seu estrondoso e reconhecido talento que engradece a música da Bahia e do Brasil) e a Timbalada(segmento cabível e possível no palco) e a coisa pegou fogo com ele homenageando ela com a música dele “Tantinho” e daí em diante o pau comeu com os sucessos da Timbalada e Simone terminado numa verdadeira Apoteose á MPB de alto nível…
Tive a sensação de ter retornado ao passado a 40 anos atrás quando assistir a um show de Simone no inicio de carreira no projeto Seis Meia dedicado aos estudantes universitários e eu era um daqueles sonhadores em busca do meu espaço, após ter que me exilar da terrinha natal Cândido Sales para Vitória da Conquista em1971 e depois cheguei a Salvador em 1975, morrendo de saudades da terra e das namoradas, mas o sacrifício era necessário, preciso e precisamente abracei este meu sonho que virou realidade. O que não faz o homem por um ideal?
Minha musa Simone você continua exuberante de fazer inveja a qualquer uma das novas cantoras da Bahia, do Brasil e por que não dizer do mundo. Quando a música lhe roubou do Basket, sua bola foi alçada ao Olímpio Musical…Vida longa a essa Princesa da MPB que mais parece um excelente vinho, de safra inigualável, quanto mais tempo, mas mostra qualidades irrefutáveis.
A nossa patota saiu emocionada e repleta de felicidades com esse super Show-Woman.
Aguardamos outras oportunidades de momentos tão felizes com este.
Obrigado Sonia Dalcum, mais conhecida com Sonia-Tour que lutou muito para conseguir os nossos ingressos de última hora…Espero retribuir a gentileza em outra oportunidade.