O governo dos Estados Unidos anunciou, na última segunda-feira (10), a imposição de uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Essa medida representa uma ampliação da tarifa de 10% que já havia sido estabelecida em 2018, durante o primeiro mandato do então presidente.
Ainda durante a campanha eleitoral, o líder americano já demonstrava a intenção de implementar medidas protecionistas contra países que considerava prejudiciais aos interesses econômicos dos Estados Unidos.
O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço e alumínio para os Estados Unidos, atingiu um recorde histórico de exportações em 2024, ultrapassando a marca de US$ 6 bilhões em vendas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Atualmente, o mercado americano é responsável por 48% das exportações brasileiras de ferro e aço.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) avalia que a nova sobretaxa pode ter um impacto negativo na economia brasileira, dada a relevância das exportações desses produtos para os Estados Unidos. No entanto, como a medida se aplica a todas as economias e não apenas ao Brasil, a concorrência entre os países exportadores tende a se manter equilibrada.
O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, acredita que o Brasil tem condições de mitigar os efeitos da sobretaxa, assim como ocorreu em seu primeiro mandato. Ele ressalta que, apesar das sanções, há a possibilidade de o país obter concessões, uma vez que grande parte das exportações brasileiras consiste em produtos semi-elaborados, que passam por processos de industrialização em empresas americanas. Muitas dessas empresas possuem vínculos com grupos brasileiros, o que pode favorecer o Brasil e reduzir os impactos da sobretaxa.
Foto: The White House/ Andrea Hanks