Ucrânia aceita proposta de cessar-fogo dos EUA e aguarda resposta da Rússia

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Em um movimento diplomático inesperado, a Ucrânia declarou , hoje, 11, estar pronta para aceitar a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia. O anúncio veio após horas de intensas negociações em Jeddah, na Arábia Saudita, onde autoridades de ambos os países buscaram um caminho para atenuar o conflito que já dura três anos.

Com a aceitação do acordo, Washington informou que retomará imediatamente o compartilhamento de inteligência e a assistência de segurança para a Ucrânia, segundo um comunicado conjunto divulgado após a reunião. Essa assistência havia sido suspensa pelos Estados Unidos em 5 de março, impactando significativamente a capacidade militar ucraniana.

A reaproximação com Trump e o papel dos EUA

A reunião de Jeddah também teve um pano de fundo político relevante. Segundo o correspondente da BBC na Ucrânia, James Waterhouse, as discussões sinalizam uma tentativa de reaproximação do governo ucraniano com Donald Trump. No final de fevereiro, um embate público entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e Trump, ocorrido no Salão Oval da Casa Branca, demonstrou a tensão na relação entre os dois líderes. A presença do vice-presidente americano JD Vance na ocasião reforçou a importância do debate sobre o apoio à Ucrânia.

Em entrevista após o anúncio do cessar-fogo, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, enfatizou que a proposta americana visa interromper os combates para que negociações de paz sustentáveis possam ser iniciadas. A bola está agora no campo russo, declarou Rubio. Ele ainda afirmou que, caso Moscou recuse o acordo, o mundo saberá quem representa o principal obstáculo para a paz.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, acrescentou que a reunião discutiu também medidas de segurança de longo prazo para evitar uma retomada dos confrontos no futuro.

A escalada do conflito e a incerteza russa

Enquanto os diplomatas buscavam um caminho para a paz em Jeddah, a guerra continuava a fazer vítimas. Durante a madrugada, um ataque com drones atingiu a região de Moscou, deixando três mortos. Segundo autoridades russas, este foi o maior ataque desse tipo desde o início da invasão.

Ainda não há uma resposta oficial do Kremlin sobre a proposta de cessar-fogo. O posicionamento da Rússia será determinante para os próximos passos do conflito e para a possibilidade real de avanço nas negociações de paz. Nos bastidores, fontes indicam que o presidente russo, Vladimir Putin, está analisando as condições do acordo antes de anunciar uma decisão.

O futuro da paz na região

A aceitação ucraniana da proposta americana representa um passo significativo para a desescalada do conflito, mas o impasse com a Rússia continua sendo um grande desafio. Se o Kremlin não aderir ao acordo, a guerra pode se intensificar ainda mais, consolidando um impasse duradouro.

A comunidade internacional segue de perto os desdobramentos. O futuro da região pode depender da capacidade dos líderes mundiais de negociarem um compromisso que leve a um cessar-fogo real e duradouro. Enquanto isso, os olhos do mundo permanecem voltados para Moscou, aguardando a resposta que definirá os rumos do conflito.
Foto: Reprodução