Zedejesusbarreto
O Tricolor perdeu mais dois pontos jogando em casa, essa é a real na cabeça do torcedor com o empate (Bahia 1 x 1 Goiás). Parece uma escrita, há anos esse confronto aqui dá empate e o Bahia perde lá em Goiânia. Uma partida estranha, meio maluca, sobretudo por conta do time escalado pelo treinador Renato Paiva, com defesa mexida por conta de suspensões e um meio-campo vazio, sem pegada. Foi um lá e cá de enfartar torcedor. Os gols saíram na primeira etapa, o Goiás melhor. O segundo tempo até foi mais equilibrado, o Tricolor desperdiçou chances de vencer, mas o ‘esmeraldino’ também poderia ter ganho, criou oportunidades. Quem foi ver o Bahia não gostou. Uma equipe confusa, desarrumada, sem talento.
Com o resultado, jogo de abertura da rodada, o Bahia chegou a 7 pontos e saiu de campo ocupando o 12º lugar. Mas, como a rodada segue, pode perder posições e ficar na boca da zona de perigo, a de baixo. É preciso, é obrigação ganhar pontos em casa. Na sequência, duas paradas dificílimas longe de casa, contra o Internacional, no Sul do País e o bom Fortaleza, no Ceará. Sinal vermelho piscando.
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Na Fonte Nova
– Tarde limpa de um domingo de outono, sol maneiro. Bom público nas arquibancadas (mais de 33 mil presentes), gramado nos trinques, as duas equipes com 6 pontos, coladas na segunda página da tabela de classificação (14º e 15º lugar). Briga de concorrentes diretos, pois.
– O Tricolor de camisetas novas, brancas com duas listras finas horizontais no peito, em vermelho e azul. O Goiás, visitante, é o ‘esmeraldino’, verde predominante (camisa e meiões), calções brancos.
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Com bola rolando…
A partida começou bem aberta, as duas equipes com propostas ofensivas. O Goiás teve a primeira chance clara, aos 3 min, com Alesson projetando-se nas costas da zaga, desviando do goleiro, bola raspando o poste. Susto. Os visitantes com mais gente povoando o meio campo, ganhando a batalha no setor intermediário – Acevedo faz falta. O Bahia respondeu por volta dos 10’, com uma cabeçada de Biel, nas mãos do goleiro Tadeu. Logo depois, outra boa investida de Jacaré, rendeu um escanteio. Um lá e cá arriscoso.
– Aos 17’, bomba de Thaciano, Tadeu espalmou, salvando. Aos 20’, Biel desperdiçou boa chance, de frente. Aos 23’, Matheus Peixoto finalizou de cabeça mas a auxiliar de linha (bandeira) flagrou o impedimento do atacante, anulando o gol. Quando o Tricolor parecia perdido …
– Gol! 1 x 0 Bahia, Everaldo, aos 26 min. Biel chutou, bola desviou na zaga e sobrou pra Everaldo, que deixou o marcador no chão e colocou com classe. Bonito.
– Gol! 1 x 1 Goiás, aos 31 min. Bruno Melo bateu falta frontal, a barreira abriu e o goleiro aceitou. Decretado o empate.
Aos 35’, bola na trave do Goiás em cabeçada de Gabriel Xavier, na sobra Biel e Ademir não conseguem concluir. Chance perdida. Aos 40’, Everaldo tentou de letra, nas mãos de Tadeu. Aos 45’, quase o Goiás desempatou. Aos 46’, Jacaré cruzou, Tadeu vacilou, quase Cauly fez. Não faltou emoção nos primeiros 50 minutos, jogo franco, até demais.
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Um empate justo no primeiro tempo. O Bahia afoito, rápido na ofensiva mas vulnerável, oferecendo muito espaço no meio campo para o adversário, a zaga exposta. O Tricolor teve mais chances, o Goiás trabalhou mais a bola, melhor futebol coletivo.
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No intervalo, o ‘mister gajo’ pôs Acevedo em campo, saiu Gabriel Xavier. Mudança no meio campo e na zaga, outro esquema, agora com dois zagueiros de área, um 4-3-3? Em campo, no recomeço, pouco mudou. Um Bahia agoniado, a torcida pressionando, e aberto, o Goiás chegando sempre com perigo. Perigoso, indefinido.
– Aos 10 min, Everaldo fez a parede, desviou de cabeça e Biel ficou de frente mas chutou fraco, Tadeu catou. Na sequência, Ademir investiu pela direita e foi derrubado; na cobrança, Acevedo pegou uma sobra e arriscou, fora. Com Acevedo, o meio-campo tricolor mais composto. Aos 15’, Jacaré tentou cabeçada, em cruzamento de Ryan, pra fora. A torcida inflama, incentiva… aquela pressão, na vontade. O Bahia com mais volume de jogo, então. Mas instável, porque a equipe parece perdida coletivamente, não consegue articular na meia cancha, não encaixa contragolpes, baixa produtividade.
– Aos 23’, bobeira defensiva baiana, Gabriel Novaes ficou de cara e o goleiro Marcos Felipe fez uma defesa arrojada, salvando. Minutos depois, nova chance clara dos goianos, ufa! A zaga tricolor continua vulnerável, aberta. Rezende e Kanu fazem muita falta. Aos 30’, bomba de Jacaré, raspou na cabeça de Biel e passou perto. Everaldo, Ademir … tentativas. Bateu 40, e nada. Ânsia, nervosismo, cansaço, passes errados, chutões… O árbitro deu oito minutos de acréscimo. Caiu chuva. Fim de papo.
Mais um empate no duelo Bahia x Goiás, como sempre. Dois pontos perdidos, essa é a realidade. Péssimo.
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Destaques
– Escalação equivocada, o coletivo perdido, o meio de campo vazio, uma primeira etapa no mínimo estranha do Tricolor. Um pouco melhor no segundo tempo. O goleiro, a garra, a luta de Jacaré, sempre, o individualismo de Biel, algumas jogadas de boa técnica de Everaldo, um golaço. Só.
Um Goiás guerreiro, bem arrumado, perigoso.
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Ficha Técnica
– O Bahia escalado pelo ‘mister’ Renato Paiva: Marcos Felipe, Gabriel Xavier (Acevedo), David Duarte e Victor Hugo; Jacaré, Thaciano, Cauly e Ryan (Chavez); Ademir (Artur Sales), Everaldo e Biel (Kayky).
– O Goiás treinado por Emerson Ávila: Tadeu, Maguinho (Ramires), Halter, Bruno Melo e Sander; Diego, William Oliveira e Zé Ricardo; Palácios (Dodô), Matheus Peixoto (Felipe) e Alesson (Gabriel Novaes). Bruno Santos.
No apito, Denis da Silva Ribeiro, com ajuda do VAR.
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– Pela 8ª rodada, no domingo, dia 28, às 16h, Internacional x Bahia, em Porto Alegre.
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|Foto: EC Bahia/Felipe Oliveira