Vigília pela preservação da Servidão 10 da Praia do Flamengo nesta quinta começa às 8h

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Nesta quinta-feira (6), às 8h, moradores da região de Stella Maris se reúnem em vigília pela preservação da Servidão 10 (Rua Thales de Azevedo, em frente à Escola Sul-Americana), trecho da Praia do Flamengo onde a restinga, vegetação nativa e habitat de várias espécies (sobretudo iguanas, corujas buraqueiras, sabiá da praia e lagartos), está conservada. O movimento pede a exclusão dessa área do projeto de Requalificação da Orla, executado pela Prefeitura de Salvador.

Apesar da pequena trégua dada pela prefeitura, diante da argumentação de moradores para que a Servidão 10 fosse preservada por ser a mais conservada, na terça (4) foram surpreendidos pelo aviso de que as máquinas da obra voltariam na quinta e pela colocação das placas de concreto que serão utilizadas.

CRIME AMBIENTAL

“Desde que a obra foi anunciada tentamos dialogar com a prefeitura. Tivemos reunião com a Secult, onde apresentamos nossos medos, nossas reivindicações e fizemos várias sugestões para que a “requalificação” pudesse atender aos anseios dos moradores do bairro. Mas a reunião foi infrutífera, uma vez que eles insistem que o projeto já foi discutido (em 2014 e 2015) e que não havia mais espaço para alterações. Já existe ação protocolada no MP-Ba, mas a justiça anda a passos lentos e a prefeitura segue com a obra, por trechos que estão degradados, mas que podem ser recuperados. Agora eles estão chegando no trecho bem delicado, onde existe um grande maciço de restinga com vegetação rasteira e arbórea e uma fauna bastante diversa (lagartos, iguanas, sabiás, gaviões, corujas, insetos, etc). E entrar com um trator para fazer trilha num local desses é uma coisa assustadora”, desabafa Gil Motta, um dos mais vigilantes moradores em defesa do espaço.

Segundo ele, Stella Maris e Ipitanga, onde após um ano da obra ser entregue os equipamentos instalados pela prefeitura já estão bastante degradados, servem de exemplo do que está por vir: “Após isso que a prefeitura chama de requalificação, mas que não passa de um crime ambiental, estamos prontos para resistir”.

Uma das administradoras do Coletivo Stella Maris, a moradora Dora Alvim observa que o mesmo modelo de requalificação foi adotado nos trechos de Stella Maris e Praia de Ipitanga, descaracterizando totalmente a orla do bairro. “Está provado que a obra só fez degradar nosso meio ambiente, justamente o maior atrativo da região. Substituíram coqueirais e extensas áreas de restinga por concreto e ainda abandonaram os equipamentos sem manutenção”, frisou.

A vigília é convocada por vários grupos de moradores, a exemplo do @coletivostellamaris, @praiasimcimentonao, @amigosdocoraldealeluia e @acoes_stella_flamengo. Eles questionam a prioridade adotada pela prefeitura para investimento de recursos públicos na destruição de uma área preservada, em detrimento de tantos bairros que acumulam necessidades de serviços públicos essenciais, como drenagem, pavimentação, escolas, postos médicos e transporte.

Foto: Divulgação: Gil Motta