Por Cláudia Menezes
Em tempos de relacionamentos instantâneos, apadrinhados por redes sociais e aplicativos, tudo se constrói e destrói na fração de um clique…
O mal estar da civilização é antigo … texto de Freud na década de 30 que na minha analise aborda aspectos sociológicos importantes da estruturação da Sociedade, as antíteses do processo civilizatório e a eterna peleja entre as pulsões de Vida e de Morte nos indivíduos e na sociedade, do papel e da função da religião (crença numa diligente providencia, Maktub) e da catarse prazerosa e primordial das artes, da Cultura.
Bon Mal qui vas savoir?! … Bem ou mal quem vai saber?!
Impressiona a velocidade na qual se dá um match ou um unfollow…questionar se as pessoas desenvolvem ou não relações (em qualquer nível), se aprendem ou não a conhecer e/ou reconhecer o outro…não é o tema dessa controvérsia…fica para uma próxima contenda…
O paradoxo dessa era moderna é ser um espelho do período medieval… trocamos o coliseu pelo reality show…Instagram… onlyfans … lives …
Bon ou Mal qui vas savoir…
As famosas fogueiras… a Santa Inquisição foram atualizadas … hoje orgulhosamente substituídas pelos cancelamentos, julgamentos sumários e haters das famosas redes sociais…
Seguindo o pensamento de Schopenhauer a vida oscilaria do sofrimento ao tédio e a felicidade seria algo instantâneo… Nesse furor de “melhor versão de si”, “foguete não da ré” só para refletirmos…
De onde veio esse baixo limiar para frustrações, dos amores e do mal líquidos? onde nos situamos? Criticamos o comportamento dos Romanos no coliseu mas quando batemos palmas e rimos regidos por comando de determinado artista sem nenhuma criticidade atuamos diferente dos romanos?
———————————————-
Médica Sanitarista e Psicanalista