Bahia vence Fortaleza e torcida faz festa na Fonte

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Por Zédejeusbarreto
Um triunfo significativoPela primeira vez na competição o Bahia consegue três triunfos seguidos, nove pontos acumulados, o clássico tricolor nordestino vencido jogando bem (2 x 0), um jogão de bola. Enfim, um Bahia como o torcedor gosta, competitivo, ofensivo, acreditando até o fim. Um começo de trabalho diferenciado de Rogério Ceni.

 Com o resultado o Bahia sobe na tabela de classificação (vai a 12º), põe 4 pontos acima do primeiro da Z-4, e já pode até mirar uma classificação para a Sul-americana, quem sabe?  É aproveitar a onda crescente, o momento, os ventos favoráveis, acreditar.  

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 Na Fonte Nova

– Noite primaveril limpa, clima ameno (26 graus), bom relvado (alguns pedaços mastigados), arquibancadas cheias (cerca de 45 mil presentes). Tudo tricolor, clima de festa.

– Um clássico de tricolores nordestinos, rivalidade à flora da pele, em Fortaleza deu empate (0 x 0).

   O Tricolor cearense, Leão do Pici, na final da Copa Sul-americana, a dois pontos do G-4 no Brasileirão, mas foi derrotado pelo Vasco (1 x 0) em São Januário, é a equipe de maior destaque do Nordeste, no momento. O Bahia de Ceni com astral renovado, dois triunfos seguidos, buscando fugir de vez da zona de baixo, o Z-4.

   O treinador do Fortaleza mexeu na equipe, poupando alguns titulares (desgaste físico) e de olho na decisão da Sul-americana; No Tricolor baiano dois desfalques: o apoiador Rezende, punido por cartões amarelos e o zagueiro Vitor Hugo, machucado no rosto no jogo contra o Inter.

 – Detalhe: Rogério Ceni foi o responsável pela mudança de padrão e patamar do Fortaleza, quando dirigiu a equipe lá. Respeitado pelo torcedor cearense.

 – Trajes: – o Bahia com sua beca tricolor, listras verticais, calções em azul; o Fortaleza de branco – duas listras horizontais, em vermelho e azul, na altura do peito.

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Com Bola rolando …

– Bem orientado, bem treinado, estratégico, o Fortaleza começou apertando a marcação na frente, forçando possíveis erros na saída de bola defensiva baiana. Jogo franco, aberto mas estudado, posturas ofensivas e sem predominâncias. Muita marcação de parte a parte. Marinho catimbando, reclamando, como sempre.  

 – Aos 20’, primeira boa chagada do Bahia, pela esquerda, bola de fundo cruzada por Cândido, com perigo, escanteio…

– Gol! 1 x 0 Bahia, Kanu, aos 21 minutos. Cauly bateu o escanteio com capricho e Kanu subiu mais que a zaga cearense na pequena área, testando firme.

  – O Leão do Pici sentiu a paulada. Aos 24’, boa trama do time da casa, chute de Biel, na frente da meia lua, defesa de João Ricardo. Momento melhor do tricolor baiano. O Fortaleza adiantou suas linhas tentou empurrar o Bahia pra trás. Mas o time de Ceni não arrefeceu. Aos 36’, depois de mais uma cangancha de Marinho, que amarelou Raul, falta cobrada e a bola descaiu na pequena área, ninguém chegou a tempo; quase aconteceu o empate. Os cearenses voltaram a equilibrar, atacando.

  Sempre explorando a direita, com o ousado e abusado Marinho, um velho conhecido. Muita catimba, simulações, a arbitragem perdida, envolvida, haja empurra-empurra e o juiz marca uma falta aos 46 min dentro da meia lua- Marinho bateu rasteiro, Marcos Felipe defendeu, deu rebote, o ataque cearense impedido. Aos 49’, falta em favor do Bahia quase na linha da grande área cearense, pela esquerda, último lance, não deu em nada.

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O primeiro tempo terminou encardido, brigado, melado e quente, com a arbitragem pressionada, envolvida. O Bahia teve momentos bem melhor em campo, os cearenses equilibraram no final. Um bom placar, 1 x 0, o tricolor baiano foi mais objetivo. Nada definido.

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Segunda etapa. Os treinadores mexeram nas equipes. Ceni pôs Matheus Bahia no lugar de Cândido, com cartão amarelo. Vojvoda colocou Calebe e Matchuca em busca de reverter o placar, mudar o panorama do jogo. Linhas cearenses de marcação mais avançadas. Jogo ainda pegado, o Leão do Pici em cima, forçando.  Aos 7’, o Bahia chegou num escanteio, Yago pegou um rebote de fora da área, bateu por cima, muito alto.

– Aos 9’, Matchuca rompeu pelo meio e bateu firme, errou o alvo. O time cearense mais ativo. Aos 10’, Cauly respondeu, tabelando com Biel e batendo de frente, buscando o ângulo; passou perto. Aos 13’, ótimo contragolpe puxado por Cauly que deixou Biel de cara; o chute cruzado tirou tinta no rodapé do goleiro J Ricardo. Quase. Intenso, lá e cá.

  – Aos 15’, Ceni mexeu, tentando voltar a ter o controle das ações. Ratão e Juba em campo, saíram Thaciano e Biel. E o árbitro, inseguro, a distribuir cartões: 5 para os do Bahia, 3 pros cearenses. O jogo não para. Aos 26’, Lucero bateu de frente, já na área, mascado, nas mãos de Marcos Felipe.

   O treinador Vojvoda lançou mãos dos tidos como titulares, em busca de gols.  Ceni lançou Diego Rosa e Ademir, saíram Cauly e Everaldo. Duelo tático e estratégico também no banco, entre os treinadores.

 – Aos 34’, Diego Rosa arriscou da entrada de área, errou o alvo. Aos 38, Marcos Felipe trabalhando. Aos 40’, cabeçada de Raul, após escanteio, desviou na zaga cearense. O árbitro acrescentou sete minutos. O Fortaleza foi todo à frente nos minutos finais, tentando aquela pressão derradeira.

  – O árbitro distribuindo amarelos até pra fora de campo: Ceni, o goleiro Fernandez, Titi… Nervos aflorados, torcida em festa…

– Gol! 2 x 0 Bahia, aos 50 minutos. A defesa cearense cochilou, goleiro e zaga se atrapalharam e Ratão pegou a sobra, encarou e definiu, matou o jogo.  Grande triunfo!  

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Destaques:

– Pela ordem, Acevedo, monstruoso! Cauly, o mais criativo; Yago fez seu melhor jogo com a beca tricolor; Gilberto, Raul, Kanu…  E todos os louvores para Rogèrio Ceni, um agregador, sem dúvida. A equipe já tem outro espírito.

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Ficha Técnica

– Rogério Ceni escalou o Bahia: Marcos Felipe, Gilbert, Kanu, Raul e Camilo Cândido; Acevedo, Thaciano, Yago, Cauly; Everaldo e Biel. (Ademir, Diego Rosa, Matheus Bahia, Ratão, Juba)

 – O Fortaleza do argentino Vojvoda: João Ricardo, Dudu, Tobias. Figueiredo, Britez e Bruno Pacheco; Pedro Augusto, Sasha, Guilherme e Lucas Crispim; Marinho e Galhardo. (Matchuca, Calebe, Lucero, Caio, Tinga)

 – Arbitragem do pernambucano Rodrigo José Pereira de Lima/ com VAR. (enrolado, verde)

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Pela rodada 29ª, Cruzeiro x Bahia, no Mineirão, quarta-feira (dia 25) às 20h.

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 Outros resultados

 – São Paulo 3 x 0 Grêmio; Cuiabá 1 x 1 Goiás.  Rodada que segue.

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…”não se escolhe o time para o qual se vai torcer, esse sentimento nasce de um encanto”

   Maracajá, ex-presidente do Bahia – um dos mais importantes cartolas do futebol baiano -, no livro ‘Paulo Maracajá’, de Gabriela de Paula e Edson Almeida’, da coleção Gente da Bahia, da ALBa, recém lançado.

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Foto: EC Bahia