Bossaudade

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Por Gilson Nogueira
Cêdês, longuepleis, fotografias, revistas, jornais de ontem, aquele ontem que faz o bossanoveiro da primeira hora, ou quase, achar-se desafinado com o que o mundo de hoje toca, olham para mim,  no meu gabinete. Entro nele rezando por dentro. A saudade mora naquele pedacinho de vida e cimento.

 O meu  coração toca a Bossa Eterna, 24 horas por dia! Sem parar! De vez em quando, uma voz, um  beijo no rosto, um convite para cantar junto, um estalo de virar canção, uma lágrima que se fez sorriso. Aquela de não cair.  No meu cantinho da Bossa, O Monstro de Olhos Azuis retribuindo-me um beijo, no rosto, na  Ipanema  de Deus Carioca, faz-me só saudade!

 Os autógrafos de Dick Farney, Severino Filho, Waltinho Queiroz, dentre outros astros,  moram lá. A foto de Batatinha colada na Parede da Saudade! O passado sorri tomando uma cerveja comigo no Velho Porto, aquele que virou saudade boa de sentir. Waltinho Queiroz cantando junto em lançamento de livro do radialista Perfilino Neto. Com Aranha no teclado.

                                               Meu Tesouro olha para mim com lágrimas nos olhos e me diz: “Gilsão, que porra é essa! Tá todo mundo doido!? Não se faz mais música que preste! O Romantismo foi para o beleleu! Aliás, isso que está no ar (?) não é música! O bom está fora do ar! As emissoras de rádio perderam  audiência. Aliás, ouvintes inteligentes. Música e Informação naquele  nível da Rádio Jornal do Brasi, já era. Até na JB, no Rio que mora no mar, caiu, em qualidade, o repertório é horrível. O Rádio de  hoje  não chega aos pés do lendário programa noturno Arte Final, onde tive a honra de ser entrevistado, por telefone, pelo saudoso Roberto Figueiredo,  para mandar para o ar como ia o mais que mundial Porto da Barra. “Os tempos mudaram, para pior!”  exclamo, com saudade do Tamba Trio de Luisinho Eça, Hélcio Milito e Bebeto Castilho.                                                                                                                                                                                                                 A Bossa,  faz mais feliz quem a curte.  Até hoje, o colega de Paulinho Boca,  no Central, e de Raul, no São Bento, a tem como elixir da juventude. A BN deveria ser Ensinada nas Escolas e Universidades do Planeta Terra. O Mundo seria outro! Acredite!

 “Que Mundo”,  pergunta-me o espelho. Respondo-lhe: ” Aquele de Caymmi, Tom Jobim, João Gilberto, Carlos Lyra, Leny Andrade , Nara Leão, Maysa, Johnny Alf, Os Cariocas, Vinícius e uma porrada de astros e estrelas que iluminaram a juventude brasileira da minha época estão ligados na Faixa Eterna da Melhor Música do Universo!