Por Joaci Góes
Ao amigo Fernando Frank!
“A verdadeira coragem, dizia Napoleão Bonaparte, é aquela das três horas da madrugada”. Com isso o corso queria dizer que coragem, de verdade, é aquela que se pratica sem a possibilidade de aplauso compensador, porque fora do alcance de testemunhas. Acrescentava, ainda, que o verdadeiro corajoso sempre está numa posição de inferioridade, por isso descartava como corajosos os gatos como os trapezistas ou equilibristas que desafiam as alturas, porque dominam a técnica de fazê-lo com segurança, bem como os senhores de baraço e cutelo e todos aqueles que exibem sua força a partir de uma posição de mando. Concluindo que a maior de todas as modalidades de coragem é a suprema coragem de parecer covarde.
A reflexão vem a propósito do momento pantanoso que o Brasil atravessa em que múltiplos agentes, para parecerem grandes e corajosos, não se pejam de colocar o País numa situação de risco de intensidade, até então, desconhecida ao longo dos seus cinco séculos de História. Ainda que não se saiba, com exatidão, a dimensão dos prejuízos que sofreremos como consequência do surto de exacerbada insensatez que assola o Brasil, neste momento, sabe-se, com certeza, que os prejuízos serão, no mínimo muito grandes, mensuráveis pela dimensão do desemprego e do número de falências, já, então, embrionariamente, iniciados.
Enquanto crescem as apreensões, à proporção que nos aproximamos do 1º de agosto, data prevista para iniciar-se o tarifaço trumptiano, o País assiste a tensão máxima entre os seguidores de Bolsonaro e de Lula, os mais populares líderes políticos do País, ao mesmo tempo, também, os mais rejeitados, como registram as pesquisas de opinião. Não seria exagero dizer-se que cada um desses segmentos populacionais deseja a completa eliminação do outro, certamente, uma postura nada edificante, por desservir, inteiramente, os melhores interesses de nossa claudicante experiência democrática. Por isso, cresce o consenso sobre a urgente necessidade de neutralizarmos os líderes dessa polarização que tantos males vem causando ao País, permitindo a emergência de novas e promissoras lideranças aptas a construir um avanço que nos liberte do já velho estigma de sermos, indefinidamente, um País do Futuro.
Cada um dos últimos dias tem registrado graus crescentes dessas tensões que poderão culminar com a improvável prisão de Bolsonaro a menos que prevaleça o máximo daquela insensatez que levou Albert Einstein a cunhar a famosa e demolidora frase: “Tudo que há no mundo é relativo, com a exceção da absoluta estupidez humana”. Cansados, porém, do brilho histriônico de um dos seus membros, ministros da Suprema Côrte, como a advertir que as melhores partidas de futebol são aquelas em que os espectadores não se lembram dos juízes, de tal modo atuaram com discrição, já advertem que formarão maioria para derrubar uma eventual decisão que leve Bolsonaro à cadeia, por entenderem a medida como excessiva, desnecessária e fomentadora da elevação do Brasil à condição de pária da diplomacia internacional, conduzindo ao inconveniente impeachment de Lula, como meio de restaurar a normalidade da presença do Brasil na cena internacional.
Não há como o Brasil não sair perdendo nesta queda de braço a que a irresponsabilidade de conduta do Presidente Lula tem arrastado o nosso País, motivado por um misto de despreparo intelectual e irresponsabilidade comportamental que já atinge proporções épicas.
Aos que raciocinam, causa arrepios pensar nas múltiplas possibilidades que Tio Sam dispõe para neutralizar o nosso País, em qualquer das inúmeras vertentes de superioridade que ostentam relativamente a nosso atrasado estágio evolutivo.
Sim! Nicholas Maduro tem parelha no Brasil.