Por Victor Pinto
A disputa pela presidência da Câmara Federal em 2025 tem mostrado articulações com reviravoltas que estão mexendo com o tabuleiro político nacional, e especialmente na Bahia. Dois nomes baianos se destacam: Elmar Nascimento, do União Brasil, e Antônio Brito, do PSD. A aliança entre esses dois líderes, que parecia improvável até pouco tempo, agora se mostra com um possível esforço conjunto para resistir ao neo favoritismo de Hugo Motta, do Republicanos.
Inicialmente, a ideia de uma parceria entre União Brasil e PSD, no contexto da Câmara Federal, parecia distante, principalmente por conta das diferenças regionais e da dinâmica política local. Eu mesmo acreditava que essa aliança seria muito difícil, mas, em política, nada pode ser descartado, e como mesmo diz a Band News: em um segundo tudo pode mudar. A realidade mostra que essa conversa tinha que acontecer. Elmar Nascimento, que tomou um duro golpe e parecia isolado do meio da semana para cá, agora encontrou em Brito um apoio fundamental para se manter vivo na disputa.
Essa aliança, no entanto, não é apenas um movimento interno de sobrevivência política, mas também uma resposta a um possível movimento do governo federal para enfraquecer o bloco do centro no Congresso. A Bahia, sendo um dos principais palcos dessas articulações, pode estar sendo alvo de manobras que visam fragilizar lideranças locais e retirar força de blocos que tradicionalmente atuam com maior independência no cenário nacional. A recente movimentação de Hugo Motta, apoiado indiretamente pelo Planalto, reforça essa leitura, mas o fato de ainda faltarem cinco meses para a eleição deixa claro que tudo pode mudar até lá. Motta, que hoje desponta como favorito, pode muito bem ser rifado, dependendo das articulações que se desenrolarem até fevereiro de 2025.
Elmar Nascimento e Antônio Brito estão jogando um jogo de longo prazo, apostando que a paciência e o compasso de espera podem lhes garantir uma vantagem decisiva. A aliança firmada entre União Brasil e PSD, que agora parece cristalizada, coloca o presidente Lula e o PT em uma posição delicada, caso vingue.
O que resta como incógnita é o impacto que essa aliança, se concretizada, entre União Brasil e PSD pode ter na política baiana. Ambos os partidos, que em nível federal se alinham para a disputa pela presidência da Câmara, seguem caminhos diferentes no cenário estadual. Na Bahia, as trajetórias de Elmar e Brito não convergem, pois cada um está em um polo diferente. O estado baiano, com suas peculiaridades, pode ser um campo de teste importante para essa aliança, mas a pergunta que fica é se essa parceria será duradoura ou apenas um arranjo temporário para 2025.