Por Alessandra Nascimento
Se eu apostasse na loteria neste final de semana estaria rica. Não tenho bola de cristal nem sou advinha. (Ah, se fosse?!)

Vivi alguns anos na Argentina da era Kirchner que foi alernado por Macri. O discurso deste quando então ganhou as eleições ( diga-se “apertada”) representou esperança e freio nos insandecidos que eram acostumados, sob a tutela da amada “Crstina” a fazer os piquetes, fechar ruas…. Era a indústria do protesto. Inclusive à época conversei com alguns participantes que disseram que “ganhavam” para isso.

Os piquetes na era Macri cresceram em uma escala impressionante. Mas a política macrista não fez sucesso, não derrubou a inflação e a parte comercial seguiu mal. E não falo da superdesvalorização da moeda.

Me surpreendia com a quantidade de cotações do dólar. Aqui só temos uma para o real. Lá o dólar do agronegócio era um, das viagens turísticas ao exterior outra. Uma confusão danada para minha cabeça de brasileira da era real.

Mas vai lá. Macri perdeu para Alberto Fernandez, que tinha de vice a já não tão amada Cristina entre os eleitores.

A prova de fogo de Fernández não foi Bolsonaro estar sentado na cadeira presidencial. Tanto que as relações comerciais se mantiveram, os acordos, dentre outros. A prova de fogo para o então presidente argentino eram dar conta do dever de casa. Hiperinflação, alto desemprego, queda da qualificação da mão-de-obra, fome em escala exorbitante que nem os programas de auxílio davam conta.

A carne do famoso churrasco tava tão cara que permanecia nas prateleiras. Só vendidas em promoção. E boa promoção!

Com a pandemia tudo piorou. Empresas fecharam unidades na Argentina por descrédito na política econômica e redução de quadro para se manterem vivas.

O que já não era bom pior ficou. Com a proximidade das eleições surge um novato com um discurso já conhecido. Acabar com a inflação, enxugar os auxílios (sugiro que antes de tomar essa medida certifique-se de ter disponibilidade de empregos para não correr risco de não concluir seu mandato). Dolarizar a moeda (ao invés de fortalecê-la como fez o Brasil) e , o mais interessante: acabar com o Banco Central. Esta última achei criativa pois Banco Central é balizador da economia dos países. Cotações, taxas de júris, etc.

Mas o hermano considera isso descartável como fralda suja de criança. Logo na campanha “para lacrar” disse que vai sair do Mercosul e não quer saber de Lula.

Hermano acorda! Depois da China somos nós que mais compramos de vocês. Muitos tratados de comércio com outros países não andam por justamente seu legislativo não aprovar. O que pelas regras do Mercosul é direito legitimo do teu país como dos demais que compõem o Mercosul.

Não me venha com essa ladainha que não vai negociar com a China e fazer cara feia para Lula. Vai lacrar para outro. O povo argentino espera mudanças reais não besteirol de quinta. Faça o seu dever de casa. Resolva os problemas do seu país e não venha criar outros. No Mercosul há uma série de políticas que estão homologadas há anos e ajudam a todos. O que precisa discutir é que todo e qualquer tratado comercial seja aprovado por todos os países do bloco com realidades econômicas distintas. A fragilidade do Paraguai que não tem saída para o mar e vocês aumentam as taxas de navegação sem comunicar aos demais membros do Conesul.

Essa medida “lascou” a economia paraguaia. E o Uruguai então, não consegue avançar em seu crescimento porque não pode fazer tratados comerciais de acordo com sua realidade econômica. Há quanto tempo imploram por poder negociar com a China principalmente na área de infraestrutura.

Ah! Você não quer conversar com o Brasil e sair do Mercosul. Ué! Saia! Agora se garanta meu irmão porque todas as facilidades que hoje o bloco garante aos países membros, inclusive fundos financeiros, e baixas taxas comerciais de mercadorias e serviços, você vai fazer seu país perder.

Emprego e renda não surgem de árvore. A economia mundial é globalizada. Quer sair , que saia. Os argentinos vão perder as facilidades de translado entre os países membros. Ou seja, teu setor de serviços vai pro beleleu. As universidades argentinas são conhecidas por receber estudantes no mundo todo, em especial nós, brasileiros.

Agora por favor Milei não fique nas redes sociais echendo o saco. FAÇA! E se garanta porque a realidade do teu país não dá para se fazer de valentão como os meninos na escola.