O dólar está em franca elevação nesta segunda-feira (3). É a esperada reação que reflete o sentimento dos investidores ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de novas tarifas a produtos importados de China, México e Canadá. A medida, anunciada no fim de semana, tem como objetivo fortalecer a economia americana e proteger indústrias nacionais, segundo o governo.
As tarifas sobre produtos chineses incluem aumentos significativos para semicondutores, baterias e veículos elétricos, com alíquotas chegando a 25%. No caso do México e do Canadá, os setores mais afetados serão o de aço, alumínio e energia, com tarifas de até 20% sobre o petróleo canadense. As novas regras entram em vigor nesta terça-feira (4).
Essa decisão dá continuidade a uma linha protecionista que se intensificou no governo de Donald Trump e segue influenciando a administração atual. Ele justificou as tarifas como uma estratégia para manter a competitividade dos EUA em setores estratégicos e preservar empregos, embora tenha admitido que a medida pode gerar “desafios econômicos de curto prazo”. Ainda assim, o presidente defendeu que “o custo vale a pena para garantir o futuro da economia americana”.
Em resposta, o Canadá anunciou tarifas equivalentes sobre produtos americanos, abrangendo bens agrícolas e manufaturados. O México também avalia medidas tarifárias e não tarifárias para proteger seus interesses comerciais. A China, por sua vez, classificou as tarifas como “violações das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e prometeu recorrer à entidade para contestar as sanções.
O mercado financeiro reage com cautela, temendo que a escalada tarifária desencadeie uma nova guerra comercial global, elevando custos em diversas cadeias produtivas e pressionando a inflação e o crescimento econômico mundial.
Como reflexo, o dólar, considerado um ativo de segurança em tempos de incerteza, registra valorização global. Enquanto isso, as bolsas de valores operam em queda. Na Ásia, onde os mercados já fecharam, houve uma desvalorização generalizada. Na Europa, os principais índices acionários também recuam, refletindo o temor de uma possível desaceleração econômica. Nos EUA, os contratos futuros indicam uma abertura em queda, sinalizando que o clima de incerteza deve perdurar ao longo do dia.
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