Os candidatos que concorrerão nas eleições presidenciais da Venezuela, da oposição venezuelana lamentaram não ter conseguido registrar nenhum candidato. O prazo terminou na noite de ontem, 25.
O registro deveria ser realizado através de um site disponibilizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), porém os partidos alegam estar enfrentando dificuldades de acesso.
Corina Yoris, substituta do principal nome da oposição, María Corina Machado, que foi inabilitada pelo chavismo, denunciou em coletiva de imprensa na manhã de segunda-feira:
Além da Plataforma Unitária, através da qual Yoris concorre, o representante da esquerda venezuelana, o jornalista Manuel Isidro Molina, do Partido Comunista da Venezuela (PCV), também afirmou não ter conseguido inscrever seu nome para a disputa eleitoral.
Enquanto isso, o presidente Nicolás Maduro, buscando um terceiro mandato consecutivo de seis anos nas eleições de 28 de julho, registrou sua candidatura sem enfrentar contratempos nesta segunda-feira.
As complicações surgiram na reta final dos registros de candidatura, após uma semana de tensão, na qual membros proeminentes da campanha de María Corina foram detidos ou alvo de mandados de prisão pelo Ministério Público venezuelano, sob acusação de planejar tumultos para garantir a participação dela no pleito. María Corina foi inabilitada para cargos públicos por 15 anos pelo Tribunal Supremo de Justiça em junho do ano anterior, mas mesmo assim venceu as primárias da oposição em outubro com mais de 90% dos votos.
O cerco ao redor do principal nome da oposição forçou uma mudança de estratégia, e María Corina anunciou na sexta-feira a filósofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta. Na ocasião, ela afirmou que o governo não poderia armar nenhuma “armadilha”, uma vez que Yoris nunca ocupou um cargo público e, portanto, não poderia ser inabilitada. Entretanto, a oposição não previa os obstáculos enfrentados.
O chavismo está tentando replicar o cenário de 2018, quando a oposição foi tão enfraquecida que não conseguiu disputar o pleito, o que culminou na vitória de Maduro em meio a suspeitas de fraude.
Na segunda-feira, vários governos da América Latina expressaram preocupação diante das acusações de obstrução ao registro da oposição junto ao CNE. Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai afirmaram que as denúncias colocam em dúvida a credibilidade do pleito. O Brasil, como em outras ocasiões, optou por não se pronunciar sobre o caso.
Diversos governos latino-americanos expressaram sua preocupação em um comunicado conjunto sobre a impossibilidade de Corina Yoris, candidata da Plataforma Democrática Unida, concorrer às eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela.
No domingo, o CNE informou que 30 organizações partidárias, das 35 autorizadas pelo órgão eleitoral, haviam registrado 10 candidatos para disputar as eleições, que também elegerão membros do Parlamento.